2016-1-11
As crescentes preocupações com a segurança dos dados, a queda da procura de smartphones e tablets e a estagnação do crescimento da Internet of Things, são as causas apontadas pela Accenture para a desaceleração do mercado de eletrónica para consumo.
Após ter efetuado uma pesquisa, conduzida entre 28 mil consumidores de 28 países, no mercado de tecnologia de consumo, a Accenture concluiu que a crescente preocupação com a segurança dos dados, a queda da procura de smartphones e tablets e a estagnação do crescimento da IoT têm prejudicado esta indústria, sem previsões de melhorias ao longo deste ano.
"A desaceleração no mercado de tecnologia de consumo é irrefutável, séria e global. Como a procura de dispositivos está a diminuir, a indústria necessita de dar uma volta significativa em relação à prestação de serviços inovadores e de valor acrescentado que os consumidores sejam capazes de utilizar com confiança", indica Sami Luukonen, diretor geral global do grupo Eletrónica e Alta Tecnologia da Accenture.
A Accenture mostra-se especialmente preocupada com a questão da segurança. Segundo os resultados da pesquisa, 47 por cento dos inquiridos referiram que as questões de segurança e privacidade estão entre as três principais barreiras no momento de adquirir um dispositivo ou serviço de IoT. Dos consumidores que indicaram a pretensão de adquirir um dispositivo IoT este ano, ou que já o têm, 69 por cento refere ter conhecimento de que estes dispositivos podem ser alvo de um ataque, o que pode causar roubo de dados ou mau funcionamento dos mesmos.
Nesse sentido, 37 por cento dos entrevistados revelaram sentirem-se mais cautelosos aquando da utilização desta tecnologia, 24 por cento optaram por não formalizar a sua compra e 18 por cento decidiram não utilizar mais estes equipamentos até que terem melhores garantias de segurança.
A nível da procura de dispositivos de tecnologia de consumo tradicional, o estudo levado a cabo pela Accenture revelou que 48 por cento dos entrevistados desejam comprar um smartphone este ano, o que, em relação com o ano anterior, revela uma descida de seis décimos.
Da mesma forma, a percentagem de pessoas que indicaram que irão comprar um televisor (30 por cento) ou tablet (29 por cento) também desceu, em comparação com o ano passado.
Em relação à IoT, 13 por cento dos inquiridos pretendem comprar um smartwatch no próximo ano, um ponto acima dos dados recolhidos no ano passado.
Os dispositivos de fitness, dispositivos de saúde portáteis, termóstatos inteligentes e sistemas de vigilância conectados a casa, apenas representam 9 por cento das intenções de compra para este ano.
"Apesar de todas as suas promessas, o mercado da Internet of Things revelou-se uma faca de dois gumes. A oportunidade de mercado é enorme, mas as preocupações de segurança e facilidade de utilização estão a dificultar o seu potencial a curto e longo prazo", sublinha Sami Luukonen. Ao mesmo tempo, "as empresas têm de considerar um maior investimento em serviços inovadores e tornar a vida on-line dos consumidores mais segura, conveniente e enriquecedora."