2017-3-22
Receios de ataques terroristas perpetrados através de dispositivos eletrónicos, levam a que a maioria dos passageiros que embarquem oriundos de países árabes tenham de os despachar na bagagem de porão
O governo dos Estados Unidos da América adianta ter indícios concretos de que ataques bombistas possam ocorrer em aviões de passageiros que tenham origem num conjunto de 10 aeroportos de países árabes, o que inclui estranhamente o Aeroporto Internacional de Casablanca, em Marrocos, um país árabe moderado considerado bastante seguro quanto a atividade terrorista. O Reino Unido, que nestes temas de segurança acompanha quase sempre os Estados Unidos, não perdeu tempo e, 24 horas após a decisão americana ter sido tornada pública, estabeleceu uma lista de países que incluem a Turquia, Líbano, Jordânia, Egipto, Tunísia e Arábia Saudita nos quais se vai aplicar o mesmo embargo aos dispositivos eletrónicos. Mas a fundamentação desta decisão continua algo confusa: se por um lado os EUA dizem ter provas que Al Qaeda está a desenvolver explosivos não detetáveis pelos scanners de raio-X na Somália, o que potencialmente poderia ser transportado dentro de qualquer item de consumo geral, especialistas em segurança afirmam que a decisão de banir laptops e tablets e não phablets ou smartphones não faz muito sentido, uma vez que a dimensão destes dispositivos é suficiente para conter a quantidade de explosivos necessária para provocar danos estruturais na fuselagem de um avião pressurizado a altitude cruzeiro, se estrategicamente colocados. Em algumas companhias aéreas norte-americanas, quando descolam de países considerados "problemáticos", já era pedido aos proprietários dos laptops que provem que eles funcionam, o que tem provocado longas filas de passageiros a "arrancar" o PC para inspecção. Os limites agora estabelecidos para definir o que é um tablet são dimensões superiores a 16cm por 9.3cm (quase exatamente a dimensão do iPhone 7 Plus) e mais de 1.5cm de espessura. |