2016-8-02

SECURITY

UE em conflito directo com o UK na privacidade

UE recomenda a proibição de backdoors e encoraja a encriptacão end-to-end enquanto o Reino Unido luta para manter e expandir práticas de vigilância pré-existente

UE em conflito directo com o UK na privacidade

Um parecer sobre as leis europeias de privacidade, realizada no passado mês de Maio concluiu que qualquer iniciativa para enfraquecer encriptação nos estados-membro “deve ser proibida”.
O relatório preliminar por Giovanni Buttarelli, autoridade europeia para a protecção de dados, concluiu que não deve ser permitido aos governos dos estados-membro a monitorização, reverse-engeneering, ou descodificação de comunicações deliberadamente encriptadas.

Acrescentou também que prestadores de serviços de encriptação, internet e telefone, bem como “todas as outras organizações” devem ser proibidos de “permitir ou facilitar backdoors.” O relatório do parecer encoraja além disto que encriptação end-to-end seja “encorajada e, quando necessário, exigida.”

Notícias certamente felizes para a comunidade de segurança e privacidade, a qual tem consistentemente resistido a qualquer noção de backdoors em produtos, serviços e tecnologias.

Este desenvolvimento encontra-se no entanto em conflito direto com os esforços do governo do Reino Unido para expandir as mesmas leis de vigilância que mantêm há décadas.

A chamada "Lei dos Poderes de Investigação" proposta em Novembro de 2015 tem-se provado controversa tanto com o público quanto com as empresas, incluindo a Apple e outras empresas de tecnologia,  assim como com altos quadros das Nações Unidas.

Uma das principais cláusulas desta lei iria permitir ao governo forçar empresas que atuam no Reino Unido a remover encriptação quando exigido para ajudar as autoridades a interceptar dados, bem como a revelar produtos e serviços antes do seu lançamento—informação quase universalmente considerada extremamente sensível e confidencial—para garantir que estes possam ser usados pelas agências de segurança e inteligência para recolher informação.

Apesar do Reino Unido não ter sido mencionado diretamente, Buttarelli não deixou dúvidas que “qualquer interferência com o direito de confidencialidade de comunicações” vai contra as leis europeias.

O efeito que a saída do reino unido da União europeia terá no futuro deste projeto de lei é ainda incerto. Mesmo deixando de ser regulado pela União Europeia após a sua saída definitiva, o Reino Unido deverá continuará a ter de obedecer volutáriamente  à General Data Protection Regulation, a qual inclui qualquer organização estabelecida fora da União Europeia que lide com dados de residentes de estados-membro.
 

ARTIGOS RELACIONADOS

Britânicos preferem a União Europeia para armazenar a informação
CLOUD

Britânicos preferem a União Europeia para armazenar a informação

LER MAIS

Brexit: Os receios específicos no IT
BIZ

Brexit: Os receios específicos no IT

LER MAIS

Empresas devem ser mais Cautelosas com a Segurança das suas Bases de Dados
SOFT

Empresas devem ser mais Cautelosas com a Segurança das suas Bases de Dados

LER MAIS

Recomendado pelos leitores

Fortinet anuncia assistente de segurança com IA generativa
SECURITY

Fortinet anuncia assistente de segurança com IA generativa

LER MAIS

WatchGuard aumenta deteção e resposta com nova solução
SECURITY

WatchGuard aumenta deteção e resposta com nova solução

LER MAIS

Receitas de produtos de segurança deverá continuar a crescer a dois dígitos
SECURITY

Receitas de produtos de segurança deverá continuar a crescer a dois dígitos

LER MAIS

IT CHANNEL Nº 109 JULHO 2024

IT CHANNEL Nº 109 JULHO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.