2022-2-20
De acordo com a Michael Page, a procura por profissionais especializados em cibersegurança está a aumentar um pouco por todo o mundo e, em particular, em Portugal, depois dos recentes ataques
A procura por profissionais especializados em cibersegurança está a aumentar em Portugal impulsionada pelo crescimento das ameaças e ataques de segurança, de acordo com a Michael Page. Com um mercado de cerca de mil/1.500 profissionais a atuar na área da cibersegurança, 600 dos quais localizados na região Norte, são necessários pelo menos mais 300 especialistas para suprir as necessidades de recrutamento atuais, bem como garantir redundância em determinadas equipas que enfrentam de momento uma situação de excesso de trabalho. A escassez de mão-de-obra leva a que o recrutamento de profissionais especializados em IT, nomeadamente ligados a projetos de segurança ofensiva, se realize em mercados de trabalho internacionais. Os crescentes ciberataques e a sofisticação da tecnologia fazem com que vários tipos de ameaças, entre as quais, phishing scam, deepfake, ransomware, devam estar no foco de combate e prevenção das empresas. Deste modo, o mercado de trabalho tem registado um crescimento nos últimos três anos e vai continuar a crescer, sobretudo nos principais centros urbanos do país, Lisboa e Porto. Os desafios nos setores de tecnologia e digital passam sobretudo pelo reforço das equipas de segurança e a rápida substituição de profissionais especializados quando saem da organização. Nestes últimos três anos, as empresas continuam a apostar nos perfis defensivos em termos de prevenção e monitorização de vulnerabilidades. A prioridade para reforçar a estrutura de equipas de segurança com perfis de Read Team e Pentesting, relativamente a outros perfis mais preventivos como de Blue Team, é uma tendência crescente. No entanto, no mercado de trabalho português, observa-se a escassez de profissionais qualificados para preencher essas funções. O facto de existir escassa oferta de formação de ensino superior na área da cibersegurança e a complexidade das competências necessárias à função, são fatores que contribuem para que exista maior procura por parte das empresas relativamente à oferta de talento disponível. Entre os setores que mais recrutam os perfis de cibersegurança destacam-se, as empresas de serviços, utilities, telecomunicações, banca e financeira, principalmente multinacionais. “Dado que se trata de um mercado nicho, existe muita pressão sobre as empresas e candidatos que detêm estas competências. Como em qualquer área onde a procura é muito forte, os candidatos movem-se pelo desafio técnico dos projectos, pelo setor e condições financeiras”, refere Vasco Teixeira, Senior Manager da Michael Page. “Há uns anos atrás, a função de responsável pela segurança digital de uma empresa significava que se ocupava da instalação dos antivírus, fazer backups, atualizar os sistemas e do bloqueio de acesso a sites e redes sociais. Atualmente, a realidade é outra, e as empresas mostram mais proatividade em relação à cibersegurança, recrutando profissionais com elevado nível de especialização, cuja função é saber equilibrar a necessidade de inovação da empresa com a continua proteção do negócio. Neste contexto, as empresas procuram um perfil com conhecimentos técnicos e soft skills que lhe permitam lidar com acontecimentos de natureza imprevisível”, reforça Vasco Teixeira. |