2018-10-12
A Bloomberg avança que uma empresa de telecomunicações americana terá detetado hardware manipulado da Supermicro na sua rede, tendo este sido removido durante o mês de agosto. A publicação adverte para o facto de a Supermicro ter sido vítima de cibercrimes
A manipulação ao nível do hardware foi executada por um dos sub contratados chineses
Yossi Appleboum, especialista em segurança e CEO da empresa de cibersegurança Sepio Systems, facultou documentos, análises e outras evidências desta descoberta após a publicação de um relatório da Bloomberg Businessweek, onde estava indicado em detalhe a forma como os serviços de inteligência da China haviam ordenado aos subcontratantes que instalassem chips maliciosos nas motherboards dos servidores Supermicro durante um período de dois anos, terminando em 2015. O fabricante americano de servidores Supermicro é, de acordo com o especialista em segurança, mais uma vítima deste tipo de ataque, visto que também outros fornecedores de hardware ja tiveram os seus componentes manipulados. Appleboum disse que a sua preocupação prende-se com o facto de existirem inúmeros pontos na cadeia de distribuição na China, onde as manipulações podem ser introduzidas e indetetáveis, em certos casos. À Bloomberg, a Supermicro refutou “fortemente” os relatórios que indicam que os servidores vendidos a clientes continham microchips maliciosos. Em resposta à investigação anterior da Bloomberg Businessweek, o Ministério das Relações Exteriores da China não abordou diretamente as questões sobre a manipulação de servidores da Super Micro, porém, afirmou que a segurança da cadeia de fornecimento é "uma questão de preocupação comum, e a China também é uma vítima". Com base na sua inspeção do dispositivo, Appleboum determinou que o servidor da empresa de telecomunicações teria sido modificado na fábrica onde foi fabricado. Por ser extremamente difícil de detetar, a manipulação de hardware é aliciante para as agências de inteligência, que investem milhares de milhões de dólares neste tipo de sabotagem. De acordo com Yossi Appleboum, um dos principais sinais de manipulação é o facto do conector Ethernet manipulado ter lados de metal em vez dos habituais de plástico. O metal é necessário para difundir o calor do chip escondido no interior, que funciona como um mini computador, revela o especialista em segurança.
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