2017-12-11
A Gartner prevê que em 2018 as vendas mundiais de segurança empresarial ultrapassem os 96 mil milhões de dólares, representando assim um aumento de 8% face a 2017
A Gartner identifica uma tendência de investimento das empresas no mercado de segurança, como resultado de diretivas e enquadramentos regulatórios mais assertivos, mas também pela própria mudança de mentalidade dos clientes, que estão hoje mais despertos para as ameaças existentes e para a evolução da estratégia inerente ao negócio digital. “Em geral, uma grande fatia dos gastos com a segurança são conduzidos pela atitude reativa das organizações a violações de segurança, à medida ataques mais sofisticados e roubos de dados afetam as organizações à escala mundial”, comenta Ruggero Contu, research director, Gartner. “Ciberataques como o WannaCry e o NotPetya, e mais recentemente o breach Equifax, têm um efeito direto nos gastos com a segurança visto que este tipo e ataques duram mais de três anos”. A analista realizou um inquérito para apurar os comportamentos dos compradores de segurança, em 2016. Os resultados mostraram que das 53% das empresas que identificaram os riscos de segurança como sendo o principal condutor das suas despesas nesta área, a maioria dos inquiridos disseram que uma violação de segurança (security breach) é o risco de segurança que mais influencia os seus gastos. A compliance regulatória e a privacidade dos dados tem estimulado os gastos com a segurança nos últimos três anos. Nos próximos três anos a tendência de investimento neste segmento deverá continuar. A Gartner prevê que em 2020 mais de 60% das organizações invistam em múltiplas ferramentas de segurança de dados, tais como ferramentas de data loss prevention, ou encriptação, representando um aumento de 35% face aos números atuais. Falta de competências, complexidade técnica e o panorama das ameaças continuarão a direcionar o mercado para a automação e o outsourcing. “As competências são escassas o ónus continua a estar nas grandes empresas, que conseguem procurar ajuda externa em consultores de segurança e providers de segurança gerida”, explica Ruggero Contu. “Em 2018, os gastos em serviços de outsourcing de segurança totalizarão os 18,5 mil milhões de dólares, um aumento de 11% face a 2017. O segmento de outsourcing de IT é o segundo segmento de segurança com maior percentagem de gastos, logo a seguir à consultoria”. Já em 2019, a consultora aponta que os gastos totais das empresas com serviços de segurança de outsourcing represente 75% dos gastos totais com hardware e software de segurança, um aumento de 63% face a este ano. Os orçamentos alocados à segurança vão, necessariamente, alterar o seu foco para a deteção e resposta. Esta tendência conduzirá a um crescimento do mercado durante os próximos cinco anos. “Este foco contínuo na deteção e resposta a incidentes de segurança permitiu que as tecnologias como as de deteção e resposta de endpoints, e de analítica de entidade e comportamento de utilizadores trouxessem uma disrupção ao mercado tradicional”, conclui Ruggero Contu. |