2017-1-13
Inteligência artificial, robótica e dispositivos de Internet of Things (IoT) figuram entre as ameaças emergentes para 2017, no último Relatório de Riscos Globais elaborado pelo Fórum Económico Mundial (FEM)
O Relatório de Riscos Globais nomeia alguns dos principais desafios que o mundo enfrentará este ano, que vão desde a incerteza política às alterações climáticas, e que incluem os riscos trazidos pela mudança tecnológica acelerada. O FEM alerta que as novas tecnologias vão trazer consigo novas ameaças, nomeadamente novos ciberataques, para os quais as empresas não estão preparadas. Os benefícios que a inovação tecnológica aporta são enaltecidos, mas o organismo adverte que os riscos aumentam à medida que mais dispositivos empresariais, industriais e pessoais estão ligados à Internet. Indica, ainda, que há riscos associados ao modo como a tecnologia está a remodelar a infraestrutura física - a maior interdependência entre as diferentes redes de infraestrutura está a aumentar a possibilidade de falhas sistémicas, tanto de ciberataques como falhas de software, afetando a sociedade de formas imprevistas. O relatório indica que a sociedade não está a acompanhar o ritmo da mudança tecnológica. De entre as 12 tecnologias emergentes selecionadas, duas surgem como as que apresentam maiores benefícios e, igualmente, mais potenciais efeitos negativos, exigindo por isso maior e melhor regulação: a inteligência artificial e a robótica. “A inteligência artificial permite-nos endereçar com maior eficácia os principais desafios da nossa era, como as alterações climáticas e o crescimento populacional. Com o investimento em inteligência artificial a ser, hoje, dez vezes superior ao de há cinco anos, rápidos avanços estão a ser alcançado”, realça John Drzik, president of global risk & specialities da Marsh, empresa de corretagem de seguros e consultoria de riscos, a propósito do relatório. “No entanto, depender mais da inteligência artificial acaba por exacerbar os riscos que já hoje existem, nomeadamente os ciber riscos, o que faz do desenvolvimento de medidas de mitigação algo crucial”. Num artigo que acompanha o relatório, Dzrki afirma que o ritmo de inovação em áreas como a inteligência artificial e a IoT está a criar novos riscos, que “podem ser ampliados num mundo onde as tensões geopolíticas, o nacionalismo e a instabilidade social está a crescer”. Os negócios têm, por isso, de olhar para as ameaças “que estão a surgir a partir da mudança tecnológica”, tendo em conta o atual cenário dos riscos globais. O consultor refere ainda que os especialistas de segurança têm no radar uma “futura ‘weaponização’ da inteligência artificial e da robótica por países e terroristas”, juntamente com a possibilidade de hacking a sistemas de satélite globais. No que diz respeito à IoT, Dzrki refere que estes dispositivos estão a ser adotados para ampliar a produtividade e a segurança mas que esta "ampliação da interconectividade criar pontos adicionais de vulnerabilidade a ciberataques". |