2018-10-15
A equipa de investigação da ESET acredita ter encontrado provas que ligam o ransomware NotPetya e o Industroyer, o primeiro malware no mundo capaz de afetar diretamente sistemas de controlo industrial
Em abril deste ano, a ESET detetou uma tentativa do grupo TeleBots de introduzir uma nova backdoor cuja análise permitiu determinar tratar-se de uma versão mais avançada da principal backdoor do Industroyer. Designada por “Exaramel”, a nova versão é o primeiro testemunho que permite estabelecer uma relação entre o malware Industroyer e o grupo TeleBots. “A descoberta do Exaramel demonstra que o grupo TeleBots continua ativo em 2018 e que os cibercriminosos continuam a melhorar as suas ferramentas e táticas”, refere a propósito Anton Cherepanov, investigador da ESET. “Vamos continuar a monitorizar a atividade deste grupo”. Além do ataque que resultou no apagão em Kiev, o grupo TeleBots tinha já revelado a sua destreza com o NotPetya, um malware de limpeza de discos que perturbou operações de várias empresas a nível global no ano passado. O grupo tem ainda ligações ao BlackEnergy, um malware que foi implantado numa outra falha energética na Ucrânia, que antecede o Industroyer em um ano e é considerado o primeiro caso bem-sucedido de um ciberataque numa rede energética. Cherepanov, que liderou as investigações aos malwares Industroyer e NotPetya, comenta que apesar de terem havido suspeitas no passado quanto à ligação entre os ataques e o grupo Telebots, apenas agora foi possível estabelecer uma relação baseada nas provas desvendadas pela ESET. |