O Observatório de Cibersegurança do Centro Nacional de Cibrsegurança (CNCS) publicou o Relatório Tecnologias Emergentes, através do qual disponibiliza uma análise sobre cinco tecnologias que podem ajudar a formar o presente e o futuro tecnológicos, nomeadamente a Computação em Nuvem, a Internet das Coisas, a Inteligência Artificial, a Tecnologia 5G e as Tecnologias Quânticas.
Este documento apresenta-se segundo dois prismas. Por um lado, estas tecnologias são abordadas numa perspetiva histórica e considerando os seus principais impactos. Por outro, salientam-se neste contexto os aspetos destas tecnologias ligados à cibersegurança, designadamente os desafios e as oportunidades que elas colocam à segurança no ciberespaço.
As considerações que emanam deste Relatório permitem integrar a cibersegurança no quadro destas tecnologias, bem como identificar linhas de ação possíveis para uma implementação mais segura deste tipo de sistemas técnicos.
Entre as várias conclusões, destacam-se:
- No contexto da computação em nuvem, Portugal está bem integrado nas tendências internacionais, com um conjunto de pequenos operadores secundários, embora sem o conhecimento detalhado dos grandes fornecedores mundiais, sendo importante a implementação das recomendações e regulamentações internacionais;
- Devem ser promovidas as melhores práticas de desenvolvimento de software no âmbito da IoT através de programas dedicados, da criação de comunidades de profissionais de cibersegurança e da implementação de processos de certificação;
- Suscita-se ainda a importância do estrito cumprimento do RGPD no contexto da IA, salientando-se a relevância da sua regulamentação para a atribuição de responsabilidades em caso de violação de privacidade e segurança. Paralelamente, e dada a opacidade inerente à tecnologia, conclui-se como sendo crucial, no contexto da segurança das organizações, uma abordagem baseada no risco;
- A integração destas três tecnologias é propiciada pelo 5G, o que mostra a importância da sua permanente disponibilidade: a inclusão de mecanismos de IA e de computação em nuvem permitem automatizar aspetos de operação e otimização daquelas redes, mas acarreta preocupações ao nível da transparência na obtenção e utilização dos dados;
- E a sustentar — mas também a ameaçar — todas as aquelas tecnologias emergentes, encontra-se a computação quântica, onde Portugal tem apresentado bons resultados ao nível da inovação. Todavia, conclui-se pela urgente análise crítica dos protocolos usados em serviços de autenticação e assinaturas digitais; e a necessidade de progressivo uso de redes quânticas para a distribuição de chaves.
O relatório pode ser consultado a partir do site do Centro Nacional de Cibersegurança.
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