O estudo realizado pela Aon e pelo Instituto Ponemon demonstra a exposição financeira dos bens intangíveis, tais como dados de clientes e de funcionários, relatórios financeiros, propriedades intelectuais, dados analíticos, em comparação com os bens tangíveis das empresas em toda a zona da Europa, Médio Oriente e África (EMEA). A pesquisa foi feita em março deste ano, com um inquérito a 545 profissionais de 500 empresas em toda a EMEA e 15 países.
De todos os inquiridos, 38% experienciaram perdas significativas devido a falhas na informação ou segurança, nos últimos dois anos. A estimativa do impacto financeiro destes incidentes foi de 1.1 milhões de euros, sendo os mais comuns os ciberataques que desregulam o negócio e as operações de informática. Aliás, 46% dos entrevistados esperam que a exposição aos riscos cibernéticos aumente nos próximos dois anos.
O estudo revela que o valor percebido entre os gestores dos bens tangíveis e intangíveis é bastante semelhante, com apenas 3% de diferença. Em média, o valor dos bens tangíveis relatados é de 872 milhões de euros, quando comparado com 845 milhões de euros de bens intangíveis.
Quando questionados sobre o valor que atribuíam à perda ou destruição dos bens intangíveis, a estimativa de valor entre bens tangíveis e bens intangíveis foi similar, 638 milhões para os bens intangíveis e 615 milhões para os bens tangíveis. Em relação à experiência da perda, é de 4,7% para os bens intangíveis e 1.5% para os bens tangíveis.
“Pretendeu-se com esta análise compreender como as nossas organizações, numa perspetiva comparada, qualificam e quantificam o risco financeiro dos seus ativos tangíveis e intangíveis num cenário de falha de segurança de redes e de sistemas ou de violação de dados. As conclusões retiradas permitem constatar que a crescente valoração de ativos intangíveis é diretamente proporcional à dependência tecnológica e informática das empresas. Apesar da importância do tema, e da consciencialização que tem vindo a merecer por parte dos gestores, não deixa de se verificar, ainda assim, uma forte lacuna ao nível dos sistemas de proteção e de segurança e a dificuldade acrescida de apreender, na sua totalidade, o impacto financeiro da perda destes bens intangíveis no seio das organizações”, explica Andreia Teixeira, Cyber Risks Specialist da Aon. |