2020-2-26
Adware e stalkerware estão entre as duas ameaças que tiveram um maior crescimento em 2019, comprometendo os dados pessoais de cada vez mais utilizadores de smartphones
Trojans de publicidade em dispositivos móveis e stalkerware são duas das ameaças que mais cresceram em 2019, comprometendo os dados pessoais de cada vez mais utilizadores de smartphones. Se o primeiro registou um aumento de dois dígitos no que respeita ao número de pacotes de instalação detetados, enquanto o segundo impactou duas vezes mais vítimas que em 2018, pelo menos. São estas algumas das conclusões do relatório anual “Mobile Malware Evolution” realizado pela Kaspersky. Nos últimos anos, em que têm crescido as preocupações sobre a privacidade digital – o que já levou a um aumento da regulamentação nesta área – tendemos a esquecermo-nos da “parte mobile” da questão, isto é, das ameaças que afetam especificamente dispositivos móveis. Contudo, no atual mundo hiperconectado em que vivemos, os utilizadores estão cada vez mais ligados ao online, seja através das apps de email, redes sociais ou chats de conversação, o que veio transformar os telemóveis em dispositivos que transportam e armazenam os nossos dados pessoais para todo o lado. Desta forma, já não se estranha que os hackers procurem explorar este veículo para distribuir malware. As estatísticas da Kaspersky revelam que duas das ameaças mobile com evolução mais expressiva em 2019 estão estreitamente relacionadas com a violação da privacidade digital – em concreto, o adware e o stalkerware. O adware é um tipo de software que recolhe uma elevada quantidade de informação privada para mostrar banners de anúncios direcionados. Além das janelas de publicidade serem intrusivas por si só, o que leva à irritação dos utilizadores, existe outra dimensão neste tipo de ataque, pois os dados confidenciais das vítimas podem acabar em servidores terceiros sem o seu conhecimento ou consentimento. No ano passado, 21% de todas as ameaças mobile detetadas pela Kaspersky estiveram relacionadas com adware. Em Portugal, registaram-se 4.646 utilizadores únicos afetados por adware, mais 3% do que em 2018. Já o stalkerware consiste em aplicações de spyware que são geralmente instaladas em dispositivos móveis sem que os seus proprietários se apercebam ou sequer autorizem. Atuam silenciosamente, pois são executadas em segundo plano, com o objetivo de seguir o rasto da atividade do smartphone da vítima. Estes “programas espiões” conseguem aceder a informação confidencial, como a localização do aparelho móvel, o histórico de pesquisas, mensagens de texto, chats nas redes sociais, fotografias, entre outros. Pior ainda: o stalkerware não só partilha todos estes dados com o “stalker”, como também existe o risco de outro hacker recolher essa informação num servidor de stalkerware e usá-la para outros fins, além da espionagem. |