Atacantes
Os cibercriminosos estão a alargar as suas táticas, adaptando as suas técnicas para levar a cabo campanhas de ciberataque mais difíceis de detetar e analisar. A Cisco identificou três tendências principais durante o ano passado:
Snowshoe Spam: os atacantes enviam spam em baixo volume a partir de um maior número de direções IP para evitar a sua detecção, tirando posterior partido das contas comprometidas de variadas formas.
Web Exploits Encobertos: uma vez que os Exploit Kits estão a ser desmantelados pelas empresas de segurança rapidamente, os cibercriminosos estão a utilizar outros kits menos comuns para ter sucesso nas suas campanhas sem atrair demasiado as atenções.
Combinações Maliciosas: embora Flash e JavaScript sejam plataformas tradicionalmente inseguras, os atacantes conceberam combinações ainda mais maliciosas que tiram partido das suas debilidades. Ao partilhar a vulnerabilidade entre dois arquivos diferentes (um Flash e outro JavaScript), dificulta-se muito a detecção, bloqueio e análise posteriores.
Utilizadores
Os utilizadores encontram-se no meio. Além de serem alvos, estão a contribuir para o sucesso dos cibercriminosos sem o saber. Durante 2014, os atacantes mudaram o seu foco: desde o compromisso de servidores e sistemas operativos até ao aproveitamento das vulnerabilidades dos utilizadores em ambientes de browser ou correio electrónico. Em 2014, os downloads dos utilizadores a partir de sites comprometidos contribuíram para aumentar 228% os ataques no Silverlight, além do crescimento de 250% do spam e dos ataques de malvertising (inserção de malware em publicidade).
Equipas de Segurança
Os resultados da análise Security Capabilities Benchmark realizada pela Cisco – baseada em inquéritos a diretores de segurança (CISOs) e responsáveis de equipas de Operações de Segurança (SecOps) de 1.700 empresas em nove países – revelam que 75% dos CISOs qualificam as suas ferramentas de segurança como “muito” ou “extremamente” efetivas.
No entanto, apenas de 40% aplicam o patch ou a configuração para evitar as falhas de seguranças e garantir que estão a utilizar as últimas versões. Apesar do sucesso da conhecida vulnerabilidade Heartbleed em 2014, 56% de todas as versões de OpenSSL instaladas têm mais de 4 anos, o que indica que as equipas de Segurança não estão a aplicar os patches.
Assim, embora um grande número de equipas de Segurança acreditem que as suas ferramentas são efetivas e que os seus processos estão otimizados, na realidade necessitam de melhorar ainda mais.
Manifesto de Segurança
O Relatório conclui que os conselhos de administração devem participar na definição e no estabelecimento das prioridades e expectativas de segurança. O Manifesto de Segurança da Cisco – um conjunto de princípios e bases para otimizar a segurança – pode ajudar os conselhos, equipas de segurança e utilizadores a compreender melhor e a responder de forma dinâmica aos atuais desafios de cibersegurança. Os princípios são:
1 – A segurança deve considerar-se um motor de crescimento para o negócio;
2 – A segurança deve integrar-se na infraestrutura existentes e poder utilizar-se;
3 – A segurança deve ser transparente e informativa;
4 – A segurança deve facilitar a visibilidade e a tomada de decisões apropriadas;
5 – A segurança deve ser entendida como um “problemas das pessoas”;
“A segurança é uma responsabilidade de todos os membros da organização, incluindo os conselhos diretivos e os utilizadores finais. Uma vez que os cibercriminosos estão a aperfeiçoar as suas técnicas para explorar as vulnerabilidades e ocultar os ataques, é necessário adotar uma estratégia integrada, o que requer liderança, cooperação e soluções que proporcionem proteção antes, durante e depois dos ataques", afirma Eutimio Fernández, Diretor de Segurança na Cisco Portugal. |