2018-7-26
Num leilão em três fases, o governo espanhol arrecada 437 milhões pelos primeiros blocos de frequência para utilização das Telco, o quádruplo do valor base
A Espanha está alguns meses à frente de Portugal no roadmap para a regulamentação e licenciamento do 5G, ao efectuar com sucesso o primeiro leilão para um bloco de 200MHz na banda principal definida pela União Europeia (chamada de banda média do 5G), que é o espectro radioelétrico dos 3.4 aos 3.8 GHz. Com um preço-base de licitação em 100 milhões, o governo quadruplicou o valor do bloco de 200MHz no final das várias sessões de leilões, demonstrando que as Telco estão prontas para avançar com a infraestrutura e ávidas de largura de banda.
Neste primeiro bloco, a Vodafone adquiriu quase metade (90MHz), sendo o restante para uso da Telefonica e da Orange. Outros operadores que atuam em Espanha terão optado por um próximo bloco nesta banda, apostando um menor valor por MHz num leilão futuro. Com esta estratégia de leilões por fases para concessões de espectro por 20 anos, o ministério da Economia de Madrid vai aferindo o real interesse do mercado de Telcos no 5G. Para além de outros blocos na banda dos 3.4GHz a serem libertados de futuro, Espanha decidiu em 2017 seguir as recomendações da UE para mais duas bandas: a chamada banda baixa do 5G nos 700MHz, que faz todo o sentido num país com tão vastas regiões subpopuladas (700MHZ não permitem tantos utilizadores simultâneos na mesma célula mas as ondas hertzianas propagam-se mais longe), e também na chamada banda alta dos 26GHz, destinada a spots com uma grande densidade de utilizadores. Em relação à banda de momento mais apetecível, a novidade dos 66-71 GHz, destinada essencialmente a redes privadas em localizações restritas como fábricas ou campus, a Autoridade de Telecomunicações Espanhola ainda não se pronunciou. Esta banda foi proposta muito recentemente pelo RSPG, o conselho consultivo técnico da Comissão Europeia, e tem pareceres favoráveis de muitos players do mercado, como a Microsoft, Ericsson ou Huawei, que se expressaram favoravelmente durante o processo de consulta pública concluído no passado mês de junho. |