Transformação Digital e Sustentabilidade: O Futuro das Cidades Inteligentes em Portugal

Como sente que estão a evoluir os conceitos de mobilidade, plataformas digitais e sustentabilidade em Portugal?

Os 3 conceitos referidos são intrínsecos ao conceito das cidades inteligentes e tem evoluído de uma forma muito positiva. Maior mobilidade, exploração das mais valias das plataformas digitais e desenvolvimento sustentável são macro - tendências que vão beneficiar as cidades em geral.

No nosso país, assistimos a medidas concretas que promovem a mobilidade e o acesso de maior qualidade aos transportes coletivos, como a expansão de redes de metro e elétrico, o aumento de ciclovias, a crescente procura de veículos elétricos em virtude dos incentivos governamentais, entre outros. Embora, também seja evidente a necessidade da expansão da rede de carregamento elétrico que se revela insuficiente para a procura.

No que reporta a plataformas digitais, talvez o mais visível aos olhos do cidadão comum sejam o Portal das Finanças ou o Portal do Cidadão. No entanto, a inteligência artificial é crucial na capacidade de analisar a quantidade de dados disponíveis e de tomar decisões em tempo real em temas fulcrais como a redução do consumo de energia, gestão de resíduos, gestão de tráfego, segurança pública ou planeamento urbano.

Falar de sustentabilidade é falar de neutralidade carbónica e da legislação europeia. Tem sido implementada uma série de legislações e políticas com o objectivo de alcançar a neutralidade até 2050 (Pacto Ecológico Europeu, Lei Europeia do Clima, Sistema de Comércio de Emissões da UE entre outros).

Portugal é líder na utilização de energia eólica e solar e são ambiciosas as metas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. No caso da FIL, congratulamo-nos com o contrato entre a a EDP Comercial e o Grupo Fundação AIP para a instalação de 1 central solar que vai contar com mais de 9 mil painéis fotovoltaicos. A central solar, de 5,1 Mwp, irá ocupar a cobertura dos quatro pavilhões da Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, e deverá produzir cerca de 6,8 GWh/ano, "evitando anualmente 1.250 toneladas de CO2, o equivalente às emissões de dióxido de carbono que seriam captadas por cerca de 57 mil árvores".

No Portugal Smart Cities Summit estão patentes conceitos como IA, IT, IOT, big data, entre outros, presentes nas soluções tecnológicas mais avançadas que utilizamos de uma forma natural e eficaz.

Quais são os principais investimentos de uma autarquia para que a sua cidade ou vila se torne numa cidade inteligente atualmente?

O investimento das Autarquias tem de ser estratégico e com dois objectivos muito concretos a eficiência dos serviços públicos e a sustentabilidade ambiental.

O investimento que modernize as infra-estruturas urbanas, criará condições para uma gestão municipal mais eficiente, sustentável e participativa, garantindo uma melhor qualidade de vida para os cidadãos.

Assim, é fundamental o investimento em infra-estruturas de tecnologias de informação e comunicação (TICS) e o investimento em mobilidade inteligente – transportes públicos que beneficie de sistemas de gestão de tráfego, bilhética eletrónica etc… - em infra-estruturas para veículos elétricos e ciclovias. A gestão eficiente de recursos como a água, a energia e a gestão de resíduos, são igualmente áreas prioritárias de investimento. Ainda a considerar o investimento em Segurança Pública com tecnologias recentes como o reconhecimento facial e análise de vídeo, os portais de serviços públicos para pagamento de impostos, e outros serviços municipais.

Uma Autarquia pode beneficiar de parcerias público-privadas, apoiar start-ups e empresas de tecnologia locais, promovendo inovação e novas soluções para a cidade. A Colaboração com instituições de ensino e pesquisa para desenvolver tecnologias e soluções inovadoras será um factor diferenciador. De salientar ainda a necessidade de adoptar mecanismos de aquisição de competências digitais para os cidadãos, assim como o acesso às novas tecnologias.

O PSCS dedica o 1º dia às Autarquias e são centenas de autarcas, provenientes de todo o país, que participam numa conferência em que serão debatidos os desafios que se impõem às cidades. São criadas as condições para a troca de experiências, parcerias e negócios. Na exposição, será possível visitar stands de vários municípios que demonstram as mais valias da sua cidade em busca de investidores e do aumento da população residente.

Qual será o grande foco do Portugal Smart Cities Summit de 2024?

A dinâmica do sector das Smart Cities é impulsionada pela constante inovação e pelo surgimento de novidades tecnológicas a um ritmo elevadíssimo. Surgem também constantemente novidades em termos de regulamentação e políticas públicas, de mudança de novos desafios ligados à sustentabilidade, à segurança, ou à interoperabilidade com outras áreas que têm relação directa com as Smart Cities. Assim, todos os participantes terão a oportunidade de conhecer as mais recentes novidades ligadas a áreas como o Financiamento, ESG – Enviromental Social Governance, Energia, Reabilitação Urbana, Mobilidade, IoT, Alterações Climáticas, Água, Resíduos e Ambiente, Economia Verde e Circular, Inteligência Artificial, Segurança Electrónica, Cibersegurança, BigDat, entre outras.

Para além da área expositiva, que se assume como o grande Marketplace do sector em Portugal, esta edição conta com um vasto programa de conferências, onde vão estar presentes especialistas nacionais e internacionais, que irão debater os grandes temas e desafios das Smart Cities para os próximos anos.

Assim, gostaríamos de destacar a Conferência “Autarquias, Empresas e Cidadãos”, no dia 8 de Outubro, com a participação de um vasto número de autarcas, seguida da Cerimónia de Entrega de Prémios PSCS – António Almeida Henriques que realiza a sua 2ª edição e ultrapassou já o número de candidaturas da edição anterior.

Neste ciclo de Conferências destacamos também o Security Summit, organizado em parceria com a APSEI, onde serão debatidas as principais temáticas ligadas às tecnologias da segurança electrónica aplicada às cidades inteligentes, assim como a troca de conhecimento e experiências sobre como a nova realidade da IA é utilizada para fortalecer a segurança em ambientes urbanos.

No âmbito das várias autarquias já confirmadas, destacamos a presença de Guimarães, enquanto Cidade Convidada. Comprometida com a neutralidade climática até 2030, como uma das 100 cidades europeias selecionadas para a Missão “Climate-Neutral and Smart Cities”, Guimarães tem estado na vanguarda do desenvolvimento sustentável, apostando na investigação, na educação, e na inovação como pilares fundamentais para a acelerar a transição verde. Guimarães procurará apresentar no PSCS a sua jornada climática, assente num trabalho multidisciplinar, e na procura de soluções inteligentes e inovadoras, para promover a resiliência do território, e o bem-estar dos cidadãos, rumo a uma cidade de um só planeta.

A quem se dirige o Portugal Smart Cities Summit?

O PSCS destina-se a todas as entidades e empresas que estão presentes na cadeia de valor dos diversos sectores que contribuem para as Smart Cities, como autarcas, técnicos municipais, decisores nas empresas, engenheiros, arquitectos, investidores, empreendedores, professores, estudantes do ensino universitário e secundário, bancos e instituições financeiras, decisores de organizações públicas, consultores, empreiteiros, designers, embaixadas, fornecedores e compradores de tecnologias, integradores de sistemas tecnológicos, operadoras de telecomunicações, agências de planeamento e desenvolvimento urbano, etc.

No entanto, há uma enorme transversalidade dos sectores associados às cidades inteligentes e uma enorme abrangência dos temas em análise, pelo que o Portugal Smart Cities Summit é também um evento de interesse geral para o cidadão comum consciente da necessidade da evolução dos comportamentos e com interesse pelas soluções apresentadas.

Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Smart Cities Summit