2025-4-09
O Arrow Summit 2025 reuniu mais de 630 participantes em Lisboa para debater inovação tecnológica. Inteligência artificial e cibersegurança foram os temas centrais do evento
Lisboa foi palco do Arrow Summit 2025, um evento que reuniu 633 participantes na Sala Tejo do MEO Arena e que se afirmou como um ponto de encontro para Parceiros e especialistas em tecnologia, “onde ideias ganham forma, oportunidades se criam e as tendências emergentes se tornam realidade”. Organizado pela Arrow, com o apoio de 30 patrocinadores, o evento abordou temas como a inteligência artificial e a cibersegurança. A Arrow, com o seu compromisso com a inovação, reafirmou a sua visão de transformar o mercado através das novas tecnologias. Perante uma moldura preenchida por vários Parceiros e especialistas, José Charraz, Country Manager da Arrow Portugal, abriu a sessão de boas-vindas com uma mensagem de reconhecimento aos Parceiros e destacou a relevância dos temas abordados, alinhados com esse compromisso. Neste que é “o primeiro Arrow Summit”, o responsável afirmou que “as novas tecnologias não vão tornar a vida diferente, mas melhor. Nós acreditamos dar vida ao que é possível”, reforçando a missão da empresa em impulsionar a inovação e criar oportunidades. Missão essa que vai além de fornecer tecnologias, mas também de garantir que estas façam a diferença na vida das pessoas: “acreditamos que ajudar os benefícios da tecnologia a chegar a um maior número de pessoas é essencial”.
O portfólio da empresa, como descreveu, abrange todo o ciclo da tecnologia, desde os componentes até a segurança e o dimensionamento das soluções. José Charraz também destacou a relevância da plataforma ArrowSphere e o apoio que a empresa oferece aos seus Parceiros. A Arrow, com mais de 1.500 empregados em mais de 85 países, celebra este ano os seus 90 anos, consolidando-se como uma empresa de experiência e com visão para o futuro. “Não estamos a falar de uma startup, nem de uma empresa recente. É uma empresa com experiência, que está aqui para se executar e continuar a evoluir”, concluiu. A evolução tecnológica avança a um ritmo acelerado, e a inteligência artificial tornou-se um fator determinante para a competitividade empresarial. “Nós não vamos ter décadas para nos adaptarmos como aconteceu no início. Vamos ter anos para nos adaptarmos”, alertou Rogério Canhoto, especialista em inteligência artificial, durante a apresentação do seu keynote. A necessidade de adaptação rápida é intensificada por um ambiente de negócios cada vez mais volátil, incerto e ambíguo, onde a inovação tecnológica está a moldar novos paradigmas e, para o especialista “o grande desafio é que a inteligência artificial não só nos pode tornar mais competitivos, mas também nos pode ajudar a ganhar mais dinheiro”. Contudo, o orador frisou que muitas empresas ainda estão numa fase inicial, uma vez que “segundo um estudo de janeiro deste ano, apenas 1% das empresas em todo o mundo estão a utilizar a inteligência artificial para ganhar vantagem competitiva a sério”. Num cenário onde a transformação digital dita as regras do mercado, Rogério Canhoto reforçou que a inércia pode ser determinante: “se vocês não se adaptarem, vão ficar claramente fora de jogo”.
Além disso, o especialista dá conta que a inteligência artificial está a redefinir a forma como as empresas operam, independentemente da sua dimensão. A título de exemplo, o JP Morgan, um dos maiores bancos do mundo, implementou IA para validar documentos, tendo poupado “mais de 360 mil horas de processamento manual e reduzindo o risco de compliance”. No entanto, Rogério Canhoto destaca que esta tecnologia não se restringe a grandes organizações: “estou a acompanhar um escritório de advogados aqui em Lisboa com 68 advogados”, exemplificou, sublinhando que a IA generativa oferece um “território ótimo para explorarmos nas pequenas e médias empresas”. A chave para o sucesso, de acordo com o especialista, reside na aplicação prática destas ferramentas, seja no marketing, nas vendas ou na área financeira, para aumentar a produtividade e a competitividade.
Seguiu-se uma mesa-redonda sobre Inteligência Artificial com Jonas Carneiros, Sales Manager da Dell; Francisco Cordeiro, Solution Architect da HPE; Rui Fialho, IT Solutions Architect da Huawei; Nuno Maximiano, Data & AI Tech Sales Manager da IBM; Paulo Calado, Channel Sales Lead da Microsoft Portugal; e João Brito, Cloud Solution Engineer da Oracle que debateram algumas das maiores empresas tecnológicas do mundo para debater estratégias, desafios e oportunidades no setor. Jonas Carneiros destacou a importância da colaboração, uma vez que “ninguém é capaz de fazer uma solução de inteligência artificial sozinho”. Francisco Cordeiro reforçou a necessidade de definir use cases sólidos e garantir a qualidade dos dados, aconselhando: “trabalhem com os nossos clientes, trabalhem com os especialistas para analisar todos os cases e quais os dados a utilizar”. Além disso, alertou para um dos grandes desafios da IA, sublinhando que “um em cada dez projetos não chega à produção”. A privacidade e a gestão de dados surgiram como preocupações centrais, com Rui Fialho a frisar que são “aspetos críticos para a adoção da IA”. Nuno Maximiano apontou a necessidade de soluções escaláveis e flexíveis, enquanto Paulo Calado defendeu que a tecnologia deve ser “inclusiva e acessível”. Para João Brito, a cloud desempenha um papel essencial, sendo “um dos fatores críticos para democratizar a inteligência artificial”. No final, ficou claro que o sucesso da IA nas organizações e na sociedade depende de uma estratégia bem definida e de uma forte colaboração entre empresas. Após um momento de networking junto aos stands dos patrocinadores, o foco do evento voltou-se para a cibersegurança, tema da segunda mesa-redonda do dia.
O painel, composto por Paulo Rio, Security and Datacenter Consultant da HPE Aruba Networking; Rui Duro, Country Manager Portugal da CheckPoint; Paulo Pinto, Securing Cloud and Business Transformation da Fortinet; Miguel Caldas, Partner Solution Architect da Microsoft Portugal; e Alexandre Tovar, Channel Account Manager da Trend Micro, abordou as estratégias mais eficazes para mitigar as ameaças crescentes no universo digital, com a proteção de dados e da segurança das infraestruturas a terem principal destaque na conversa. Os especialistas convergiram na necessidade de abordar a cibersegurança de forma integrada, equilibrando inovação e prudência para enfrentar os desafios emergentes. Paulo Rio lembrou que a cibersegurança muitas vezes é vista como uma barreira, mas deve ser vista como um suporte ao negócio, visto que “não pode simplesmente dizer não a tudo, senão não há negócio”. Por outro lado, Rui Duro destacou a crescente “as ciberameaças estão a evoluir e são cada vez mais sofisticadas, cada vez mais complexas para defender a organização”. Para responder a este cenário, referiu que a empresa aposta em produtos seguros, com um número reduzido de vulnerabilidades, apoiados por equipas de pesquisa e inteligência artificial. A importância da integração entre rede e segurança foi sublinhada por Paulo Pinto: “a separação entre a rede e a segurança cria silos que tornam mais difícil a gestão de incidentes, atrasam a resposta e reduzem a eficácia”. Já Miguel Caldas abordou a complexidade do setor, sendo “extraordinariamente difícil, quer para Parceiros, quer para clientes finais, implementarem boas soluções porque é muito complexo”, afirmou, alertando ainda para a escassez de profissionais qualificados na área. Para Alexandre Tovar, a inteligência artificial pode ser uma aliada na resposta a ameaças, mas, de acordo com o especialista, “é fundamental usá-la com cautela, garantindo que não introduzimos mais riscos ao automatizar processos críticos”. Além de um programa alinhado com os desafios do mercado atual, o Arrow Summit 2025 ofereceu aos participantes a oportunidade de participar em breakout sessions, onde puderam explorar de forma mais detalhada as soluções tecnológicas inovadoras de diversos fabricantes. O evento, que refletiu o compromisso da Arrow em impulsionar a inovação e promover a colaboração no ecossistema das tecnologias de informação, culminou num cocktail, que proporcionou um ambiente descontraído e favoreceu o networking entre os profissionais do setor.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Arrow |