André Ribeiro, Data Center Service Sales Engineer, Schneider Electric em 2024-12-11
No início da década de 2010, a computação na cloud era vista como uma solução para todos os problemas da infraestrutura de TI
André Ribeiro, Data Center Service Sales Engineer, Schneider Electric
A teoria era que transferir toda a computação e armazenamento de dados para a cloud simplificaria as operações, reduziria os custos e proporcionaria escalabilidade inigualável; e pensar isto era amplamente impulsionado pela promessa de flexibilidade, eficiência e potencial redução de custos da cloud. No entanto, à medida que a indústria amadureceu, temos vindo a observar uma mudança notável: grande parte dos dados e da computação que antes estavam ligados à cloud estão a ser transferidos para Data Centers no local ou ambientes Edge. O boom da cloud computing e a realidade dos custos Inicialmente, as empresas foram rápidas a aderir à cloud, que oferecia uma solução aparentemente perfeita para as exigências crescentes de dados e computação das empresas modernas. Os benefícios eram claros: despesas de capital reduzidas, escalabilidade sob demanda e a capacidade de tirar partido de serviços avançados, como Machine Learning e a análise de grandes volumes de dados, sem um grande investimento próprio. À medida que o mercado se foi consolidando, compreenderam-se os seus verdadeiros custos. Embora as migrações iniciais resultassem frequentemente em poupanças de custos, descobriu-se que as despesas contínuas podiam rapidamente ficar fora de controlo. Os custos variáveis associados à transferência de dados, ao armazenamento e à capacidade de computação tornaram-se significativos. As empresas também subestimavam frequentemente a complexidade e o custo da gestão de ambientes cloud, especialmente em cenários multicloud ou de cloud híbrida. Por outro lado, os crescentes regulamentos rigorosos de proteção de dados, como o RGPD, tornou a conformidade mais desafiadora nos ambientes cloud. As empresas têm de garantir que os dados são armazenados e processados em conformidade com as leis regionais, o que é mais facilmente controlado nos Data Centers no local. Para além disso, as violações de segurança de alto nível na cloud aumentaram as preocupações com a segurança dos dados. Embora os fornecedores de serviços de cloud invistam fortemente em segurança, o modelo de responsabilidade partilhada significa que os clientes também desempenham um papel significativo na segurança dos seus dados e aplicações. Esta dupla responsabilidade pode ser complexa e exigir muitos recursos. A ascensão do Edge O Edge Computing surgiu como uma alternativa convincente às estratégias apenas na cloud, especialmente para aplicações com baixa latência e processamento em tempo real. Ao processar dados mais perto da sua fonte, reduz a latência, conserva a largura de banda e melhora os tempos de resposta, o que é crucial para aplicações como veículos autónomos, IoT industrial e análise em tempo real. O Edge oferece uma abordagem equilibrada, combinando os benefícios do processamento no local com a escalabilidade dos recursos cloud. Pode servir como um complemento para serviços cloud centralizados, permitindo que as empresas otimizem o desempenho e os custos de forma mais eficaz. Cloud híbrida: o melhor dos dois mundos A mudança para um modelo de cloud híbrida é um meio termo entre os Data Centers no local e a cloud. Neste modelo, as empresas recorrem à cloud para cargas de trabalho específicas que beneficiam da sua escalabilidade e serviços avançados, mantendo os dados críticos ou confidenciais no Edge. Esta abordagem oferece maior flexibilidade, permitindo adaptar a infraestrutura para dar resposta a necessidades específicas e requisitos de conformidade. As soluções de cloud híbrida também facilitam a recuperação de desastres e o planeamento da continuidade de negócios, podendo alternar harmoniosamente entre ambientes no local e cloud em caso de apagão ou outra interrupção. A resiliência é fundamental num mundo em que o tempo de inatividade pode ter significativos impactos financeiros e de reputação. Esta abordagem é mais equilibrada, aproveitando os pontos fortes das soluções na cloud e no local. Ao adotar estratégias de cloud híbrida e de Edge Computing, as empresas otimizam o seu desempenho, controlam os custos e garantem a conformidade com os cenários regulamentares em evolução. Uma abordagem personalizada que integre recursos de cloud, no local e de Edge tem vindo a provar ser a forma mais eficaz de dar resposta à procura diversa e dinâmica das empresas modernas.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Schneider Electric |