2017-3-27
Nem todos os especialistas concordam que os computadores sejam um componente essencial nas salas de aulas, especialmente para as crianças ao nível do ensino básico
Num estudo publicado em setembro de 2015, Students, Computers and Learning, a OCDE afirmou: “A exposição dos estudantes aos computadores na escola, varia largamente entre países. Contudo, o uso de computadores não parece ser um fator de destaque a explicar a variação do desempenho dos estudantes na matemática, na leitura ou na ciência. A maioria dos países que investiram fortemente em tecnologias da informação para a educação não experimentaram uma melhoria apreciável no sucesso escolar dos alunos nos últimos dez anos”. Ainda assim, é difícil imaginar que os computadores não terão um papel importante na sala de aula do futuro. Agora, a forma que esses computadores tomarão, está em debate aberto. Segundo dados publicados em março de 2017 pela FutureSource Consulting, a nível global o Windows tem conseguido não apenas manter mas expandir a sua quota de mercado nos computadores para o ensino básico, embora sob a pressão de um mercado em grande declínio: uma quebra de 26% de 2015 para 2016, atribuível aos projetos nacionais que não se concretizaram, em especial na América Latina. A Apple nunca teve uma presença significativa neste espaço -- em 2016 a Apple detinha apenas 1% de quota de mercado contra os cerca de 65% da Microsoft. O problema é que a quota de mercado da Apple que já era baixa -- 2% -- caiu ainda mais, enquanto a da Microsoft cresceu de 56% para 65%. Os resultados da Google são mistos, com uma quebra acentuada do Android (presumivelmente pelo declínio dos tablets) acompanhada por um aumento da quota dos Chromebooks (que sobem de 3 para 6%). Mas nos Estados Unidos, onde a Google e parceiros se têm concentrado, a situação é inversa. O Chromebooks subiram de 50 para 58% a sua quota de mercado perante a estabilização do Windows nos 22%. A Apple tem vindo a declinar e tem atualmente apenas 5% do mercado. Poder-se-ia dizer que este mercado dos computadores de baixo custo para o ensino básico é pouco relevante, Existem também rumores do aparecimento do Windows leve, mais suportado na cloud, que permita a existência de dispositivos que concorram em preço e simplicidade global com os Chromebooks. É neste mercado, peculiarmente, que estamos a encontrar provavelmente a raiz dos próximos sistemas operativos para portáteis com ligação umbilical à cloud. Quanto à Apple, terá que andar depressa, se não quiser perder qualquer relevância não apenas neste mercado, mas face a qualquer “mindshare” relativamente a cloud. Henrique Carreiro,Docente de cloud computing e mobilidade empresarial na Nova Information Management School |