João Miguel Antunes, OSS & Automation Lead, Celfocus em 2022-7-21
O mundo está a mudar, e a responsabilidade é da já tão falada transformação digital
João Miguel Antunes, OSS & Automation Lead, Celfocus
Se nos últimos anos, alterações como a flexibilização dos modelos de trabalho têm sido mais expressivas, por outro lado, uma verdadeira revolução digital tem tido lugar no backstage das organizações. Durante muitos anos, a conquista de quota de mercado de comunicações foi considerada crítica, pelo que a indústria das telecomunicações concentrou os seus esforços nos sistemas de apoio ao negócio (Business Support Systems). Este foco acabou por ditar que os sistemas de apoio à operação (Operational Support Systems) tivessem menor evolução e/ou estruturação, com grande parte das respetivas equipas operacionais a trabalharem de forma reativa em processos de deteção e resolução de problemas manuais e repetitivos, assegurando o bom funcionamento da rede e dos serviços prestados aos clientes. A verdade é que estes sistemas de suporte à operação não estão adequados para o complexo e diversificado ecossistema de rede, especialmente no que toca a responder de forma eficaz tanto à base de clientes até então adquirida - com exigências de qualidade de serviço cada vez maiores - como ao consequente aumento da utilização e adoção dos serviços de comunicações, e, por fim, com a corrida à digitalização a que assistimos nos últimos anos. Com a saturação do mercado das comunicações, a indústria tem refletido fortemente sobre formas de poder alcançar maior eficiência operacional e redução de custos, assim como a lançar serviços inovadores e geradores de receita, que possam ser entregues ou ativados rápida e eficazmente, elevando a fasquia no que toca à experiência proporcionada aos clientes. Por um lado, os operadores apostam na virtualização da rede como meio de evitar a dependência de fornecedores, apostando em arquiteturas mais abertas e flexíveis – o que leva à redução de custos em infraestruturas e permite prestar serviços de comunicação mais inovadores e mais eficientes. Por outro, a atenção está igualmente direcionada para as operações de rede e de serviços, capazes de aumentar a eficiência dos processos, utilizando tecnologias como a análise cognitiva de dados e a automação/orquestração combinadas de forma sinergística. Simplificando, isto significa que as organizações terão de ser capazes de mudar o foco para atividades preventivas e estratégicas em detrimento de atividades reativas, o que irá permitir, em última instância, mitigar o crescimento de despesa operacional (OpEx), esperada devido à massificação de tecnologias como o 5G e IoT. A nova geração de rádio (5G) representará, em particular, uma nova onda de oportunidades, em muito semelhante à revolução das primeiras comunicações móveis de voz (2G) e dos dados móveis de banda larga (4G). Já todos ouvimos falar de veículos autónomos e de cirurgias remotas que podem salvar vidas. Estes exemplos de aplicações do 5G mostram-nos que, características como o elevado desempenho da rede e sistemas operados de forma autónoma são chave para que um conjunto alargado de utilizações benéficas para a sociedade se tornem realidade. Contudo, importa não esquecer que estas deverão ser sustentáveis e rentáveis para um operador de telecomunicações. Esta realidade cria pressão e complexidade de suporte à operação. Assim, a f im de gerir a própria rede e apoiar o novo paradigma, devem ser desenvolvidos três pilares críticos:
A tendência é para que no futuro tudo esteja ligado em rede, pessoas e “coisas”, e a conectividade assumirá um papel crítico de ampliação das capacidades dos seres humanos. Tendo por base este cenário, quem poderá imaginar o que seremos capazes de criar se para isso construirmos as fundações necessárias para que as comunicações em massa se tornem baratas para os consumidores, rentáveis para os operadores e eficazes para ambos? |