Nuno Moura, Associate Manager - Information Technology na Michael Page em 2020-6-23
Encontrar o candidato ideal sempre foi um desafio enorme e apaixonante para a área de recursos humanos
Nuno Moura, Associate Manager - Information Technology na Michael Page
No entanto, mesmo quando a conjuntura é favorável, as opções de pesquisa, identificação e validação dos perfis começam a tornar-se insuficientes. É preciso ir muito mais além. O mercado tem exigido cada vez mais rapidez e precisão na hora de contratar. Nos últimos anos, o avanço da tecnologia, a internet e as redes sociais foram-se aproximando e crescendo, otimizando e facilitando o trabalho dos profissionais que atuam neste segmento. Num período em que foi necessário e essencial o isolamento, o home office e o abrandamento da economia, a área de recrutamento e seleção acabou por ser uma das áreas mais afetadas pela pandemia do Coronavírus, o que originou uma mudança nas organizações em como planear e realizar os seus processos de seleção. A situação foi especialmente complexa para as equipas, pois teve que ser uma transição rápida para uma operação totalmente online e, com isso, originou uma grande perda da interação presencial e pessoal, e começou por surgir receio da perda de qualidade na análise sobre os candidatos, além de outras fases que por vezes, se utilizam tradicionalmente de maneira presencial. Com a pandemia, os profissionais procuraram soluções de valor que estivessem ligadas ao bem-estar e segurança pessoal, diferenciais importantes para sentirem um forte apoio emocional. Assim, foi preciso repensar a estratégia da marca da entidade empregadora no cenário online por meio de ferramentas e ações diferenciadoras, como o fornecimento de tecnologia abrangente e ágil, programas remotos de desenvolvimento e formação personalizada e, acima de tudo, transparência na comunicação para proporcionar mais estabilidade emocional e profissional. Neste sentido, as organizações que têm uma cultura, empatia e uma abordagem humana, terão um employer branding mais atrativo aos talentos. É neste panorama que entram as tecnologias de informação, setor determinante e, não é por acaso que grandes profissionais de soluções de IT estão envolvidos no desenvolvimento de softwares que aperfeiçoem as plataformas digitais, integradores de soluções, desenvolvimento de espécie de “avatares” e toda uma panóplia de ferramentas tecnológicas que vieram dar uma força e uma ajuda enorme às empresas para desenvolverem com mais precisão e capacidade evolutiva os seus processo de recrutamento. Essas ferramentas como big data, inteligência artificial e machine learning são algumas de topo de momento que podem ajudar nos recursos humanos, como por exemplo na gestão de dados e análise de redes sociais para identificar potenciais candidatos a determinados perfis de vagas. Na prática, o sistema auxilia, de forma automática, o trabalho que grande parte das empresas de recrutamento faz de forma manual. Identificar e fazer uma pesquisa de informações dos candidatos em redes sociais virtuais, fóruns e grupos de discussão, só que de forma automatizada, e muito mais rápida. Mais que uma solução de tecnologia, ferramentas como estas representam uma mudança de paradigma no modo como as empresas procuram os seus talentos. O futuro poderá passar por cada vez mais, deixar de divulgar vagas, mas de identificar e atrair o candidato ideal através da tecnologia e plataformas do futuro. Quando se fala sobre o impacto da tecnologia no setor de recrutamento, a primeira realidade que nos surge de imediato são redes sociais – o LinkedIn, entre outras plataformas – que vieram revolucionar e, de certa forma, facilitar o acesso aos mais variados perfis. Várias startups da área tecnológica já estão a desenvolver alternativas por meio de softwares com o objetivo de ajudar na pesquisa e busca do perfil ideal, de uma forma mais automatizada, e mais eficiente que poderá tornar certamente, o processo mais célere e ágil, resta saber se mais assertivo e emocional. A tecnologia trará a automatização, agilidade e critério técnico na escolha dos candidatos de acordo com o perfil traçado, no entanto, o calor humano e o contacto pessoal irão certamente ainda ser necessários. Por mais sofisticada que seja a definição dos perfis de cada cargo, o algoritmo não trará a química necessária para a escolha do candidato e esta expertise humana ainda é necessária nas organizações – a empatia na escolha tem um peso primordial durante o processo. |