2016-8-23
Quer se considere o funcionamento de um único armário de dados ou um Data Center de grandes dimensões, poucos contestariam que aqueles que fornecem os serviços de TI atuais enfrentam uma vasta e crescente gama de desafios
A chave para abordar muitos destes desafios é colocar no lugar certo a infraestrutura correta e a melhor infraestrutura é composta por elementos que não são apenas individualmente otimizados, mas são também desenvolvidos para funcionarem em conjunto de forma harmoniosa. Embora as instalações TI variem em tamanho, de uma pequena sala de computadores com um único rack e uma mão cheia de servidores, até Data Centers construídos de propósito para esse efeito que se estendem por hectares, é muito provável que as exigências empresariais sejam muito similares. Eles necessitam de uma instalação de desempenho otimizado com a máxima fiabilidade. Vá um pouco mais fundo e descobrirá que, mais especificamente, eles estão constantemente a procurar formas de aumentar a eficiência energética sem sacrificar o tempo operacional, a procurar soluções flexíveis com escalabilidade inerente, a proporcionar tempos menores de implementação; este último item corresponde a tempos mais rápidos de chegada ao mercado para os operadores de Data Center e tempos mais rápidos de disponibilidade para os serviços de TI das empresas. Uma abordagem eficaz destes requisitos representa desafios significativos e a magnitude desses desafios está continuamente a aumentar. O que foi considerado ontem como uma boa eficiência operativa, por exemplo, é apenas medíocre pelos padrões de hoje e, apesar dos ganhos já alcançados nesta área, continua a existir uma pressão constante por eficiências cada vez maiores. O mesmo se verifica com a fiabilidade e resiliência – o suficiente nunca é suficiente! Contudo, os recursos de engenharia disponíveis para ajudar a abordar estes desafios estão, em muitas organizações, a diminuir em vez de aumentar. Assim, qual é o caminho a seguir? A resposta é compreender que, para a maior parte, é a infraestrutura da instalação TI que determina a sua eficiência, resiliência e flexibilidade. Obtenha a infraestrutura adequada e muitos dos principais desafios que mencionamos serão resolvidos. O que, claro, leva logicamente à pergunta, "Qual é a infraestrutura certa?" Os pormenores irão variar de acordo com a aplicação, mas, numa palavra, a infraestrutura certa é constituída por elementos fidedignos de elevado desempenho que trabalham em conjunto de forma harmoniosa. Posteriormente neste artigo, iremos analisar alguns dos principais elementos da infraestrutura – como o equipamento de distribuição de baixa tensão, sistemas UPS, gestão do fluxo do ar e racks – para fornecer diretrizes na sua seleção. Por agora, vamos examinar a necessidade do funcionamento harmonioso desses elementos. Esta é mais facilmente alcançada selecionando um fornecedor que possa oferecer uma solução completa de infraestrutura, que cubra o espaço branco e o espaço cinzento, e que forneça uma abordagem holística desde a alimentação do utilitário de entrada até à tomada elétrica no espaço do rack. Trabalhar com um único fornecedor representa grandes benefícios. Em primeiro lugar, os requisitos de engenharia são minimizados, já que todos os equipamentos de um único fornecedor foram desenvolvidos para trabalharem em conjunto. Os problemas de compatibilidade são eliminados, garantindo-se um interfuncionamento eficiente. Assim, a implementação será rápida e a instalação é efetuada num tempo mínimo, cumprindo com os requisitos para tempos mais rápidos de entrada no mercado ou de disponibilidade. Se forem detetados problemas, não poderá existir uma responsabilidade dividida, o que representa com frequência uma fonte de atrasos e de derrapagens dispendiosas; existe apenas um ponto de contacto para obter a solução. Além do mais, uma empresa que forneça uma solução completa de infraestrutura para um projeto poderá observar o "todo" e será com frequência capaz de emitir ideias benéficas que não serão viáveis para empresas que fornecem apenas soluções parciais de infraestrutura. De facto, o melhor destes fornecedores poderá até conseguir fornecer um serviço abrangente de design e gestão do projeto, proporcionando com efeito um pacote chave na mão com custos muito inferiores ao pacote chave na mão convencional. Tudo isto está muito bem, claro, para projetos como Data Centers novos onde a equipa de engenharia consegue especificar todos os aspetos de, por exemplo, a cadeia energética, desde os comutadores de entrada até às unidades de distribuição de energia em armários. Mas qual é o gestor TI, numa empresa de pequena a média dimensão, que consegue especificar apenas o conteúdo do armário de dados? Tendo estabelecido os benefícios do funcionamento, tanto quanto possível, com um único fornecedor para os elementos de infraestrutura TI, vamos prosseguir para os elementos individuais e, em particular, examinar algumas das mais recentes tecnologias que os especificadores devem procurar para terem a certeza de que desfrutam dos mais elevados níveis possíveis de eficiência, fiabilidade, flexibilidade e valorização do dinheiro. O comutador de baixa tensão é a pedra base para a cadeia energética TI, mas recebe com frequência pouca consideração dos profissionais TI. Esse facto é lamentável, já que uma avaria grave do comutador pode resultar num desligar prolongado da alimentação do utilitário aos sistemas TI. Um design do comutador tolerante a avarias com, pelo menos em instalações de grande dimensão, função de comutação entre alimentações alternativas do utilitário é, assim, bastante desejável. Os elementos funcionais extraíveis são um grande benefício, já que permitem a realização da manutenção e da atualização sem interrupções do serviço. Adicionalmente, o comutador deve ser desenvolvido para permitir uma expansão rápida, fácil e barata que acomode futuras alterações nos requisitos. O próximo elemento essencial na cadeia energética TI é o sistema de alimentação ininterrupta (UPS). As mais recentes UPSs estão bem adaptadas para utilização em ambientes baseados na nuvem, e têm o apoio de um poderoso software de gestão de energia que se integra facilmente com todos os sistemas operativos e pacotes de virtualização atuais. Tal significa que os utilizadores têm sempre total controlo na instalação da UPS e ainda um acesso instantâneo às informações pormenorizadas sobre o seu estado. Conseguiram-se ganhos elevados na eficiência operativa das UPS, com modelos que incorporam a tecnologia Energy Saver System (ESS), fornecendo eficiências tão elevadas como 99% quando a qualidade da energia da alimentação da rede é boa. Tal traduz-se em grandes poupanças, não apenas nos custos de energia, mas também nos custos de arrefecimento, especialmente em Data Centers de grandes dimensões. É de salientar que o ESS não compromete de forma alguma a proteção fornecida pela UPS. Se a qualidade da energia da rede se deteriorar, a UPS muda para o modo de dupla conversão total em dois milissegundos, uma transição tão rápida que é completamente invisível mesmo para o equipamento TI mais sensível. Outros benefícios importantes das mais recentes UPSs incluem o teste simples à capacidade para verificar a condição das baterias e o paralelismo hot-sync que proporciona uma gestão da bateria, redundância inerente e uma arquitetura escalável que pode ser prontamente adaptada para cumprir com os crescentes requisitos de energia. Sendo itens aparentemente simples com pouca sofisticação tecnológica associada, por exemplo, numa UPS, os racks têm um papel essencial nas instalações TI e são, de facto, consideravelmente mais sofisticados do que possam parecer à primeira vista. Os melhores sistemas de rack modernos, por exemplo, fornecem uma melhor gestão do ar para eliminar o risco de pontos quentes que possam causar avarias no equipamento e incorporam funções de segurança versáteis como o controlo de acesso eletrónico baseado no rack. A capacidade de fornecer a disposição e densidades ideais do equipamento proporcionam aos operadores a capacidade de maximizar verdadeiramente a sua infraestrutura e o Retorno do Investimento (ROI). São também flexíveis na sua configuração e fáceis de expandir, caso haja necessidade. Os melhores sistemas podem, se necessário, ser entregues no local totalmente montados e equipados com unidades de distribuição de energia em rack (ePDUs), uma opção que pode causar grandes reduções no tempo necessário para implementar uma nova instalação TI ou para expandir uma instalação existente. E esses ePDUs, embora possam parecer componentes relativamente menores no projeto global, não devem ser ser descurados. Estão agora disponíveis ePDUs que proporcionam um sistema de retenção da ficha fiável mesmo com cabos elétricos IEC standard de baixo custo, eliminando assim uma causa surpreendentemente comum de interrupções na alimentação elétrica aos servidores individuais. Dependendo do tipo selecionado, os ePDUs podem permitir também a comutação remota, permitindo que os servidores irregulares sejam convenientemente reiniciados sem necessidade de se aceder fisicamente aos mesmos, e a medição abrangente que permite que a energia consumida por cada servidor individual seja registada com precisão, auxiliando a gestão eficaz da energia, faturação e atribuição de custos. Em suma, a chave para o sucesso no mundo desafiante do fornecimento de serviços TI reside na infraestrutura. Os elementos individuais que compõem essa infraestrutura devem ser provenientes de um fornecedor com uma vasta experiência e uma sólida reputação de fiabilidade e assistência do produto. Devem incorporar também a mais recente tecnologia, já que esta proporciona muitos benefícios em termos de eficiência, fiabilidade e escalabilidade. Tanto quanto possível, vale a pena obter todos os elementos da infraestrutura do mesmo fornecedor, já que se elimina o risco de problemas de compatibilidade, garantindo que todos os elementos funcionam em conjunto de forma harmoniosa. Os desafios do mundo TI não vão desaparecer – tal como vimos, estão provavelmente a aumentar. Contudo, esperamos que as sugestões mencionadas neste artigo possam ajudar a minimizar esses desafios. Bruno Soares, responsável de vendas do Canal de TI da Eaton para Portugal |