Jorge Bento em 2023-12-07

OPINIÃO

Editorial

Repatriar os dados

Durante todo este ano de 2023, tem vindo a ganhar força a ideia de repatriar parte dos dados da cloud para o on-prem

Repatriar os dados

Isto parece contraditório com o facto da cloud continuar a crescer 15% ao ano, mas na verdade não é contraditório: é que o volume de dados acumulado cresce ainda mais, especialmente em armazenamento.

Como no final de qualquer ciclo económico, estamos a passar do entusiasmo das empresas de ganhar quota de mercado e posicionamento quase a qualquer custo, para o momento que alguém na empresa começa a fazer contas aos custos. É o momento onde se troca velocidade de crescimento por salvaguarda das margens do negócio, e sempre foi assim independentemente do momento tecnológico, agora potenciado com o boom da cloud durante o Covid. Mas não só os custos; o compliance cada vez mais exigente e a necessidade de controlo sobre os dados explicam também o repatriamento.

Apesar dos esforços da AWS e da Azure em criarem ferramentas de otimização de custos para os seus clientes e darem prioridade estratégica a esse tema, eles são os primeiros a saber que o movimento de repatriação dos dados está a acelerar.

Mas repatriar dados para “dentro de casa” tem também os seus desafios, especialmente para empresas jovens sem um histórico de infra proprietária.

Mas mesmo para as empresas que sempre mantiveram parte dos workloads em casa, o repatriamento levanta dois tipos de desafios ao qual os Parceiros podem dar uma resposta cabal: o primeiro são os recursos humanos necessários para correr o on-prem, e o segundo é a modernização e ampliação da infraestrutura interna.

O problema dos recursos humanos é comum tanto em Parceiros como em clientes, mas é obvio que com as atuais tecnologias de monitorização remota de centros de dados, é mais factível um Parceiro ser mais eficiente em distribuir os recursos humanos por vários clientes mesmo numa base 24/7.

Sobre a infraestrutura, é preciso notar que algumas estão a trabalhar abaixo da sua capacidade pelo anterior movimento para nuvem, mas não serão a maioria.

Em três anos (se nos referirmos à época pré-pandémica) a oferta da indústria mudou muito e ajustou-se de alguma forma à lógica pay-as-you-go da cloud. Claro que tem de existir algum grau de compromisso da empresa superior ao que aparentemente existe com a cloud, mas soluções de escalabilidade e flexibilidade sobre modelos OpEx podem ser especialmente atrativas num período de juros altos.

 


Jorge Bento

Diretor do IT Channel

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