2017-3-31
Comemora-se hoje o World Backup Day, criado com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de proteger os dados num mundo digital
Quer estejamos a falar nas fotos da família ou, a nível empresarial, em dados críticos para a continuidade do negócio, ninguém duvida da necessidade de desenhar, implementar e manter uma política clara de cópias de segurança à qual possamos recorrer quando o desastre nos bate à porta.
Contudo, hoje a questão coloca-se de forma diferente. De acordo com o estudo da IBM “2016 Cost of Data Breach Study: Global Study”, os problemas de hardware são apenas uma das três principais causas principais para a perda de dados. A mais importante, e a que mais danos causa, são os “ataques maliciosos ou criminosos”. Há várias razões para isto: uma falha de hardware é normalmente algo localizado algures na estrutura de TI enquanto um ataque de malware pode ser (e muitas vezes é) pervasivo ao nível de toda a organização – e enquanto a reposição da informação por falhas no equipamento é algo banal, nem sempre é possível realizar a recuperação na sequência de ataques maliciosos e, quando tal é possível, pode ser apenas com um custo muito superior ao de uma perda por outros motivos. O que isto também demonstra é algo que nunca nos fartamos de salientar (mas que, infelizmente, colide com uma certa mentalidade de “depois da casa roubada, trancas à porta”): o custo de não nos protegermos é várias ordens de grandeza superior ao custo que iremos ter depois, na recuperação de dados críticos. Pior: hoje é ainda mais crucial pensarmos na proteção de dados a montante – evitando vetores de ataque e criando uma infraestrutura de TI tanto quanto possível protegida para os evitar – quando sabemos que existem ataques (como é o caso de algum ransomware mais sofisticado) que até são capazes de afetar cópias de segurança, quando estas não estão implementadas corretamente. E aí, não há Dia Mundial do Backup que nos valha.
Nuno Mendes, CEO da Whitehat |