2018-3-12
A maioria dos analistas concorda que uma série de fatores tecnológicos (como o aumento exponencial do tráfego digital) estão a convergir para mudar a forma como os Centros de Dados funcionam.
Como profissional dedicada a soluções para Centros de Dados, todos os dias assisto a muitas conferências e fóruns do setor. Sinto sempre curiosidade relativamente às ideias inovadoras e a como os clientes estão a utilizar a tecnologia para resolver novos problemas de negócio. Recentemente tropecei num relatório novo da Gartner Research intitulado “Deliver Data Center Modernization Using Three Cloud-Complementary Approaches”. Perguntava-me como está a evoluir toda esta migração para a Cloud. Agora que a maioria de nós, profissionais ligados aos Centros de Dados, migrámos algumas aplicações para a Cloud, de uma forma ou de outra, queria averiguar como funcionam estes ambientes de Centros de Dados “híbridos” que combinam os ambientes on-premises e a Cloud. Parte do relatório permitiu-me conhecer um novo conceito que a Gartner chama “Colocation Network Hubs” (o que muitos de nós chamam “Regional Edge Facilities” ou “Instalações Regionais de Proximidade”). Independentemente do nome, os problemas são os mesmos: latência, largura de banda e segurança. Até agora, sempre imaginei a co-localização como um grande armazém para albergar equipamentos de TI e não como uma plataforma capaz de apoiar implementações a uma escala menor. A maioria dos analistas concorda que uma série de fatores tecnológicos (como o aumento exponencial do tráfego digital, uma forte exigência de conteúdo que requer uma elevada largura de banda ou a tendência crescente da Internet das Coisas) estão a convergir para mudar a forma como os Centros de Dados funcionam. De acordo com o relatório da Gartner que li, as instalações regionais de proximidade são uma abordagem concebida para lidar com os problemas de acesso e segurança que afetam este grande volume de dados gerados de proximidade. As instalações regionais albergam o hardware e o software necessários para processar aplicações locais que requerem uma elevada largura de banda. Uma instalação regional típica oferece um ambiente seguro e dedicado no qual os utilizadores finais alojam os equipamentos de processamento local, armazenamento de dados e de rede. Estas instalações foram concebidas para manter a alta disponibilidade de múltiplos clientes ao mesmo tempo que oferecem a máxima velocidade de rede e níveis de latência mais baixos. As instalações regionais edge podem oferecer estes serviços porque se encontram nos principais centros de agregação de Internet, com interrupções mínimas do serviço (inferiores a 0,001%) Agora que os ambientes de computação edge se transformaram numa necessidade para apoiar o consumo de grandes larguras de banda e garantir uma baixa latência, as instalações regionais de edge enfrentam o desafio de resolver os constrangimentos na rede e ter de complementar a largura de banda dos Centros de Dados de fornecedores de Cloud, geograficamente mais distantes. O relatório da Gartner proporciona vários exemplos específicos no que diz respeito aos casos em que a aplicação de uma abordagem de instalação regional edge pode ter sentido para as empresas. Essencialmente, estas instalações são bastante úteis para lidar com os requisitos de autenticação e minimizar a latência. Parecem ser uma boa solução para estabilizar a natureza variável de algumas conexões na Cloud. Para aprofundar o conceito das instalações regionais edge, recomendo que investiguem sobre como proporcionar alimentação e refrigeração deste tipo de ambientes distribuídos. Caso utilizem uma instalação deste tipo, queiram assegurar-se que a vossa rede e servidores estão protegidos por um Sistema de Alimentação Ininterrupta (UPS). Dependendo da quantidade de equipamentos que queiram alojar no local, poderão escolher uma pequena unidade pré-fabricada que inclua toda a infraestrutura física necessária para trabalhar num único pacote. Acrescentem-lhe monitorização remota e terão tudo o que é necessário. A Schneider Electric oferece uma série de ferramentas de avaliação úteis, além de uma completa biblioteca de white papers que mostram as opções de infraestrutura física de alimentação e refrigeração disponíveis para as novas instalações regionais edge. Todos estes conteúdos são muito práticos para qualquer pessoa que queira começar a planificar o seu próximo projeto. Ponderar a utilização de instalações regionais de ponta pode ser uma boa política de segurança se as aplicações de computação de ponta continuaremm a crescer.
Maria de Lurdes Carvalho Vice President, Data Center & Industrial Solutions Europe Manager da Schneider Electric. |