Sérgio Azevedo, Managing Director da Streamroad Consulting em 2020-7-15
Tal como o teletrabalho veio - talvez para sempre - mudar o paradigma das relações laborais, será que os eventos digitais também vieram para ficar?
Sérgio Azevedo, Managing Director da Streamroad Consulting
A prudência – já para não falar das orientações das autoridades competentes – diz-nos que tão cedo não devemos pensar em eventos físicos, como feiras, exposições ou conferências. Mas será que isso significa que acabou o networking, a proximidade entre pares, o contacto direto com os diferentes players do setor? E será que os eventos virtuais vão acabar por “matar” os presenciais? Acredito que a resposta a ambas as questões seja “não”. Nem o contacto direto está comprometido com a interrupção dos eventos físicos, nem os eventos digitais vão implicar o fim dos primeiros. Mas que tipo de eventos escolher?Antes do surto pandémico, não se falava mais do que de simples chamadas via Skype ou outras aplicações do género. Algo a que recorríamos com mais ou menos frequência e normalmente apenas para contactar alguém de outro país ou cidade. Com a nova realidade, estas simples reuniões online deram um passo em frente e, em tempo record, passaram a fazer parte do nosso quotidiano com novas funcionalidades, competências e opções, que não só permitem visualização, como também a interação entre participantes. São múltiplos os tipos de eventos digitais que existem, hoje, ao nosso dispor. Vejamos alguns exemplos: WebinarsO webinar é uma espécie de videoconferência com fins comerciais ou educacionais, no qual uma empresa utiliza uma plataforma online para comunicar com a sua audiência. Pode servir para uma entrevista, partilha de apresentações, grupo de trabalho, mesa redonda, etc. A escolha é de cada um e o webinar tanto pode ter cinco como 50 ou mais participantes. Ajuda a aumentar o alcance da mensagem a transmitir, valorizando a relação com o público-alvo. WebcastsUm webcast é um conteúdo em vídeo, geralmente ao vivo, que pode ser visto via streaming. Por ter este formato, é muito mais fácil haver engagement e interação com quem assiste. E, se não for possível assistir ao vivo, ainda se pode aceder ao conteúdo gravado. As suas vantagens são notórias: pode ser acedido a partir de qualquer lugar, atinge um maior número de pessoas, permite o upload de apresentações, integra SEO e analytics, permite acessos simultâneos em várias redes sociais e ainda permite uma imagem personalizada do evento. Feiras virtuaisAo contrário do que podemos pensar, este não é um conceito novo: as feiras virtuais surgiram nos anos 90, aquando da proliferação da Internet, mas naturalmente evoluíram muito desde então. São exposições que usam formatos virtuais para uma interatividade entre os diversos intervenientes. Nestes eventos, os participantes podem visitar salas e stands em exibição online, nos quais obtêm informações sobre as empresas, produtos e/ou serviços. Realidade aumentadaSeja qual for o formato que se adote, existem hoje possibilidades ilimitadas graças a tecnologias como a cenografia virtual e a realidade aumentada. Não só é possível realizar feiras e eventos 100% digitais, como estes podem contar com o grande aliado que é a realidade aumentada, nos quais os participantes, além de assistirem a palestras transmitidas em estúdios virtuais, podem visitar stands, realizar reuniões, interagir com outros participantes ou oradores, entre inúmeras outras funcionalidades que tornam únicas estas experiências imersivas. Mas não se esqueça que…Escolha o que escolher, tenha o budget que tiver, não se esqueça que os eventos virtuais devem ser fáceis e seguros, garantir compatibilidade e conetividade, incluir medição de resultados, possibilitar o intercâmbio de informação, incluir se possível um assistente virtual e, por último, mas não menos importante, assegurar que, uma vez terminado o evento, mantém o contacto com a sua audiência. Em conclusãoO público existe e vai onde o evento estiver. Se o evento contar com conteúdo relevante, mesmo que seja online, quem tem interesse nesse conteúdo não deixará de o acompanhar pelo computador ou smartphone. Com os recursos tecnológicos que temos hoje, é impossível pensar que o público se limitará às barreiras físicas para acompanhar o que lhe interessa. Em resumo: não há nada que impeça o público de visitar um bom evento, independentemente do seu formato. |