2023-7-10

OPINIÃO

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Oracle chega ao mundo ARM

A Intel não está, neste momento, numa posição fácil. No mercado dos processadores para mobilidade, não tem expressão. No mercado dos GPU, que são fundamentais para treinar os modelos de IA, está ausente

Oracle chega ao mundo ARM

No mercado dos computadores pessoais, é atacada pela AMD, e pela Apple. Desde há alguns anos, começou a estar sob grande pressão no mercado dos processadores para datacenter, já que cada um dos grandes fornecedores de serviços de cloud tem vindo a criar as suas próprias famílias de processadores ou, pelo menos, a investir em alternativas aos da Intel.

O golpe mais recente foi agora anunciado pela Oracle, que veio afirmar o seu apoio aos processadores da Ampere Computing, um dos mais recentes e ágeis rivais da Intel. A Ampere Computing é uma empresa criada há cinco anos por ex-executivos da Intel, com a missão de criar processadores para aplicações de datacenter baseados em arquiteturas ARM, as mesmas que são comuns em dispositivos móveis e que estão também na base nas entradas de intervenientes como a Amazon neste espaço. A Microsoft e a Google têm já, alegadamente, instâncias a correr em processadores da Ampere e a HPE foi a primeira empresa de hardware a integrá-los em servidores genéricos. A Oracle foi um dos primeiros investidores na Ampere, pelo que a chegada do seu produto charneira, Oracle Database 19c, a correr em Ampere não é de todo inesperada, mas não deixa de ser um marco importante, já que assinala também a entrada deste produto ao mundo ARM. A Oracle está, para mais, a incentivar os clientes a experimentarem a nova plataforma aplicando- lhe custos mais baixos de licenciamento.

É certo que no cômputo geral dos serviços cloud, os processadores da Ampere representam ainda um nicho, não ameaçando de imediato a hegemonia da Intel. Mas as razões que levaram os fabricantes de plataformas móveis a optar por processadores de arquiteturas ARM, nomeadamente o seu grau de desempenho versus consumo continua a manter-se a nível do datacenter. Adicionalmente, os próprios processadores da Ampere têm custos vantajosos face aos da Intel. Se empresas como a Oracle tornarem também o licenciamento em Ampere mais favorável, não há como a médio prazo a balança não comece a mudar, primeiro devagar, depois em curva com forma de precipício, para a rival que, neste momento, deve tirar o sono à liderança da Intel.

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