OpenStack: a cloud em casa

Uma de entre tais soluções é a criação da própria infraestrutura de cloud. Não sendo tarefa trivial, é potenciada, desde 2010, pela existência da plataforma de código aberto OpenStack, que permite a uma empresa ou organização gerir e manter serviços de cloud próprios em cima de hardware detido pela própria organização. A procura por implementações OpenStack tem sido significativa: a OpenStack tem agora mais de 40 milhões de cores em produção, o que significa um crescimento de 60% face a 2021 e um salto de 166% desde 2020.

A lista de empresas que adotaram OpenStack vai de gigantes como a americana Verizon ou a China Mobile até empresas de médias e até pequenas dimensões.

Há muitas razões para o terem feito. Uma delas é a independência face aos principais fornecedores. Outra, é a agilidade e a capacidade de integração de inovações. O OpenStack funciona bem num mundo em constante mudança de infraestruturas, que teve de incorporar, por exemplo, aceleradores gráficos na cloud para uso em serviços de IA. Paralelamente, permite o acesso direto ao hardware subjacente, algo que é estritamente restrito em qualquer cloud pública.

Outra razão para a popularidade do OpenStack é a sua integração com a plataforma de gestão de containers, Kubernetes, o que aumenta significativamente a flexibilidade das implementações, ao permitir migração e gestão facilitada de workloads provenientes de outras plataformas. Graças à infraestrutura Linux OpenStack Kubernetes Infrastructure (LOKI), Kubernetes está agora presente em mais de 85% das implantações do OpenStack. As Kubernetes são, por isso, particularmente úteis em cenários de clouds híbridas. De facto, 80% dos utilizadores do OpenStack, estão a implementá-lo neste tipo de clouds.

Sim, o crescimento dos serviços e do número de clientes dos grandes fornecedores parece tender a dominar por completo o mercado. Mas se há algo que sabemos sobre este mercado, é que há sempre mais pequenos que se movem mais rápido do que os gigantes. E OpenStack e os que escolhem criar as suas próprias infraestruturas fazem parte desse movimento.