O preço dos “cortes” no Investimento Público

A presente situação nos Ministérios da Educação e da Justiça é a ilustração do Caos e a prova de que a teoria de Lorenz está correcta. O desinvestimento feito pelo Governo na actualização das Tecnologias, na escolha das mais baratas soluções e não das melhores soluções pelo melhor preço, e a opção pelos cortes nos salários, que afastou os melhores quadros, só podia produzir os resultados que estão à vista:

- um clamoroso desastre na migração das peças processuais da anterior para a nova plataforma do CITIUS, no Ministério da Justiça, levando ao desaparecimento temporário de 3,5 milhões de processos devido ao novo “arranjo” das Comarcas, que conduziu à denegação da Justiça a milhares de cidadãos, com prejuízos incalculáveis, para os próprios e para o Estado de Direito.

- um erro de algoritmo, na versão oficial, não menos clamoroso, ainda mais paradoxal por acontecer num Ministério dirigido por um matemático, que conduziu a verdadeiros absurdos Kafkianos na colocação de professores, em duas tentativas sucessivas, deixando durante semanas a fio milhares de alunos sem aulas, pais com a vida desorganizada e professores entregues à incerteza e ao descalabro.

O último episódio deste jaez tinha-se verificado durante o Governo de Santana Lopes, e por razões semelhantes - a “economia de custos” - foi usada inicialmente uma base de dados adequada para armazenar os dados de uma garrafeira de um pequeno coleccionador para realizar um concurso que envolvia centenas de milhares de professores e subordinado a dezenas de parâmetros e de variáveis.

Agora, como antes, as tentativas de realizar poupanças em questões de natureza crítica e em recursos humanos de competências igualmente vitais, redunda invariavelmente em despesas superiores em muitos milhões de euros às que teriam sido feitas se a opção correcta tivesse sido a eleita desde o início.

Boa Leitura!