Ricardo Oliveira, CSO da Eurotux em 2025-1-09

OPINIÃO

O impacto da NIS2 no Outsourcing de TI: exigências de segurança para Parceiros e fornecedores

À medida que as organizações se tornam cada vez mais dependentes de tecnologias avançadas e de soluções externas para manter a sua competitividade, a questão da segurança das informações e dos sistemas torna-se essencial

O impacto da NIS2 no Outsourcing de TI: exigências de segurança para Parceiros e fornecedores

Ricardo Oliveira, CSO da Eurotux

No âmbito desta transformação, a Diretiva NIS2 da União Europeia surge como um marco regulatório crucial para garantir a ciber-resiliência e a proteção de infraestruturas críticas. Neste contexto, a norma impõe novos desafios e exigências não só às organizações, mas também aos seus Parceiros e fornecedores de TI, especialmente aqueles envolvidos em processos de outsourcing.

A Diretiva NIS2, que substitui a anterior NIS (Network and Information Systems Directive), tem como objetivo reforçar a segurança das redes e sistemas de informação na União Europeia. Esta regulamentação estabelece requisitos rigorosos para as entidades essenciais e importantes, incluindo empresas de TI, prestadores de serviços de cloud, fornecedores de software, e muitos outros setores que dependem da tecnologia para garantir a continuidade dos serviços críticos.

Entre as principais mudanças da NIS2 estão o aumento das obrigações de segurança, a implementação de estratégias de mitigação de riscos e a obrigatoriedade de notificação de incidentes de segurança. O objetivo é melhorar a comunicação e a resposta a ciberameaças em toda a União Europeia. Para as empresas que optam por outsourcing de TI, este regulamento traz implicações diretas, principalmente no que se refere à gestão da cadeia de fornecedores e à partilha de responsabilidades em cibersegurança:

  1. Avaliação de ciber-riscos: As empresas devem realizar uma avaliação rigorosa dos riscos de segurança associados aos seus fornecedores de TI, considerando a natureza dos serviços prestados e os dados manuseados. A conformidade com a NIS2 implica garantir que os Parceiros sigam práticas de segurança robustas, estejam preparados para responder rapidamente a incidentes e minimizem a exposição a ameaças;
  2. Gestão de contratos e acordos de nível de serviço (SLA): As cláusulas contratuais devem ser ajustadas para refletir as exigências da NIS2, incluindo obrigações de segurança claras, bem como as responsabilidades em caso de incidentes de segurança. A gestão de SLAs passa a incluir requisitos de monitorização contínua da conformidade de segurança e a necessidade de manter os Parceiros e fornecedores responsáveis pela proteção dos dados;
  3. Segurança na cadeia de fornecimento: O outsourcing de TI muitas vezes envolve múltiplos níveis de fornecedores, criando uma cadeia de fornecimento complexa. A NIS2 exige que as empresas avaliem e garantam que todos os níveis da cadeia de fornecimento cumprem os mesmos requisitos de segurança. Isso implica realizar auditorias regulares e manter um processo contínuo de monitorização de riscos para garantir a resiliência e a segurança em toda a rede de fornecedores;
  4. Notificação de incidentes de segurança: A NIS2 exige que as empresas notifiquem rapidamente os incidentes de segurança que possam afetar os serviços essenciais. Para as organizações que dependem de fornecedores externos, esta exigência significa que os Parceiros também devem ser obrigados a comunicar qualquer falha de segurança que possa comprometer os serviços ou dados.

O impacto da NIS2 no outsourcing de TI é significativo, uma vez que as organizações não podem continuar a delegar totalmente a responsabilidade pela segurança a terceiros. As exigências de segurança para fornecedores e Parceiros são claras: é necessário garantir que todos os envolvidos na prestação de serviços de TI cumprem com os rigorosos requisitos de cibersegurança estabelecidos pela diretiva. 

Para os Parceiros isso representa uma oportunidade para liderar o caminho, ajudando os seus clientes a integrar práticas de segurança de forma eficaz, criando uma rede de fornecedores que compartilham a responsabilidade pela cibersegurança e ciber-resiliência. A implementação de soluções robustas e a adesão às exigências da NIS2 são fundamentais para garantir a proteção de dados e a confiança nas infraestruturas digitais, especialmente num cenário de crescente digitalização e globalização.

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