Marta Ribeiro, IT Consultant, Michael Page em 2022-8-12

OPINIÃO

Liderança

Novas culturas de IT pós-covid

Certificado verde para a tecnologia, o verdadeiro vencedor da era pós-covid

Novas culturas de IT pós-covid

Marta Ribeiro, IT Consultant, Michael Page

Com a pandemia veio o questionar, refletir e a adaptação à forma como vivíamos os vários pilares da vida, tal como o trabalho, é certo. No que toca à tecnologia, a mesma veio para ficar e mostrar que se já era uma certeza e presença nas nossas vidas, a digitalização pós-covid deixou mesmo de ser um ponto de interrogação e passou a ser apenas um, como e quando porque é imperativo que aconteça nas empresas.

As organizações assistiram a uma mudança e foi obrigatório fazê-lo nas suas mais variadas vertentes em função daquilo que é uma economia cada vez mais digital. Nesta área tivemos e temos de encontrar novas e melhores maneiras de pensar e repensar sobre os processos e serviços para resolver os vários desafios que vão surgindo ao longo do tempo. 

Os CIO e os CTO ganham agora um maior protagonismo nas organizações. Atualmente é percetível que mesmo as organizações que não são de base tecnológica precisam de estar habilitadas para tal. Uma empresa que se quer competitiva, a crescer, sustentável e a posicionar-se no mercado vs a sua concorrência não tem forma de evitar a inovação. E ainda bem! Mais do que tecnologia, é imperativo que se fale e foque na inovação alinhada com o contexto em que a empresa se insere, assim como, com o ambiente que a rodeia.

As empresas que mostram e executam respostas bem-sucedidas à crise, são empresas que demonstram saber fazer um bom usufruto das ferramentas mais avançadas, com uma grande velocidade da experimentação. Quanto mais rápidas as organizações forem no seu desenvolvimento tecnológico, bem como, na atualização e adaptação das suas ferramentas e modelos de negócio e serviços, mais rapidamente serão inovadoras nas suas ideias, na forma como utilizam a tecnologia para seu usufruto.

O processo exige que pilares como a qualidade/segurança, satisfação do cliente e eficiência de custos funcionem como bússolas do alinhamento da estratégia, como uma componente crítica e essencial ao negócio.

Este processo abre uma panóplia ilimitada de possibilidades de partilha de conhecimento, permitindo uma maior eficiência e eficácia no dia a dia das organizações que pretendem estar um passo à frente.

Todo este processo faz com que haja uma constante transformação a nível de trabalho, na gestão dos clientes, na segurança e na confiança de cada colaborador. Sim, confiança é a palavra de ordem. E quando se fala em confiança fala-se do envolvimento necessário por parte de todos os envolvidos como clientes, colaboradores, investidores e outros que trabalhem diretamente com dados, tecnologia e aplicações que se peça que sejam geridas de uma forma responsável e justa.

Se por um lado temos toda uma agilidade que as empresas têm de demonstrar ter quanto à nova cultura de IT e a sua rápida transformação, também fará sentido falar na perspetiva do colaborador. Há muito que as organizações já tinham fornecido aos seus colaboradores acesso a ferramentas de trabalho mais colaborativas, no entanto, foi necessário uma pandemia para vermos um estrondoso avanço tecnológico aos dias de hoje que só seria expectável acontecer daqui a alguns anos. 

O trabalho remoto é um exemplo de mudança da forma como trabalhávamos até então e que veio para ficar. O trabalho remoto e/ou híbrido veio para ficar pelo menos como exigência de grande parte dos profissionais desta área. O mesmo passou a estar incluído no “pacote salarial” e está provado que muitas organizações sentiram mesmo um crescimento nas suas receitas após adotarem esta flexibilidade do local de trabalho. 

O resultado tem sido muito positivo, a produtividade aumenta e grande parte dos profissionais garante que não é por isso que a proximidade entre colegas e equipas fica de alguma forma afetada. As empresas muniram-se com as melhores ferramentas e se no início foi algo que exigiu bastante adaptação, principalmente por parte de quem lidera equipas, neste momento, é algo que está instituído e veio para ficar. 

O work life balance nunca foi tão falado e desejado pelos profissionais desta área de IT e o teletrabalho só veio demonstrar que contribui para isso positivamente. O foco terá de ser sempre no talento e não na localização, só assim as organizações poderão recrutar e ter os melhores profissionais desta área a trabalhar consigo. O mercado no sector das TI está quente e com o dinamismo que se faz sentir, os profissionais detêm bastante poder sobre quais e quantos processos de contratação querem estar envolvidos e qual o que responde mais às suas exigências e expectativas.

Também a cultura organizacional terá obrigatoriamente de ser tida em conta. A partir de então, o local físico perdeu relevância e nunca como antes as pessoas que constituem a organização passaram a ser ainda mais valiosas. Os seus comportamentos, valores, a energia de “vestir a mesma camisola” e tomada de decisões é o que torna cada organização única e com vontade de vencer cada desafio. Plataformas de comunicação como o Teams, Zoom ajudaram a cultivar o espírito de equipa, de entre ajuda e comunicação, pilares essenciais para que haja uma atmosfera de união, companheirismo e cultura positiva entre elementos da equipa, mesmo que geograficamente separados.

Sem dúvida que o mundo está diferente, se para melhor é uma questão subjetiva, mas não há qualquer dúvida que a tecnologia no seu exponencial máximo tem um certificado verde no dia-a-dia das organizações durante e pós-covid e nunca foi tão importante aproximar as pessoas mesmo estando longe. 

Marta Ribeiro

IT Consultant na Michael Page

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