2022-3-09
O Miguel Esteves Cardoso que desculpe, mas também a sigla do nome dele foi usurpada pelos criativos inventores de acrónimos na área dos sistemas de informação
Para estes, para os que estão atentos às áreas emergentes, pelo menos, MEC significa Multi-access Edge Computing e é uma iniciativa que, segundo o ETSI (European Telecommunications Standards Institute), organismo responsável pela respetiva normalização proporciona aos criadores de aplicações e fornecedores de conteúdos capacidades de cloud computing e um ambiente de serviços de TI no limiar (edge) da rede. Este ambiente é caracterizado por latência ultra baixa e largura de banda elevada, bem como acesso em tempo real à informação da rede de rádio que pode ser aproveitada pelas aplicações. MEC proporciona, segundo os seus proponentes, um novo ecossistema e uma nova cadeia de valor. Os operadores poderão abrir a sua rede de acesso via rádio (RAN) a terceiros autorizados, permitindo-lhes implementar, de forma flexível e rápida, aplicações e serviços inovadores para assinantes móveis, empresas e segmentos verticais. MEC é um desenvolvimento natural na evolução das estações base móveis e na convergência das redes informáticas e de telecomunicações e permitirá novos segmentos verticais de negócios e serviços para consumidores e clientes empresariais. Os casos de utilização incluem análise de vídeo, serviços de localização, aplicações de IoT, realidade aumentada, distribuição otimizada de conteúdos locais e cache de dados, entre outros, permitindo, nomeadamente, que as aplicações possam aceder à informação em tempo real sobre as condições da rede de acesso. Ao implementar vários serviços e conteúdos de cache no limiar da rede, as redes centrais móveis são aliviadas de mais congestionamentos e podem servir mais eficazmente objetivos locais. As normas da indústria MEC e a implementação de plataformas MEC, potenciadas também pela difusão do 5G, atuarão como facilitadores de novos fluxos de receitas para operadores, fornecedores e terceiros. A diferenciação será possibilitada através das aplicações únicas implantadas no limiar da rede. A iniciativa visa beneficiar uma série de entidades dentro da cadeia de valor, incluindo operadores móveis e criadores de aplicações. Numa área plena de siglas, poder-se-ia descontar esta como mais uma. Seria um erro. Ainda que a sigla MEC esteja associada a um grande cronista de língua portuguesa, a sua aceção em sistemas de informação poderá ser tão disruptiva e transformadora, ainda que numa escala diferente, quanto a do detentor original. |