Faltam 5 anos e, apesar de não viajarmos ainda em carros voadores ou teletransportamo-nos para qualquer lugar, podemos esperar a materialização da Internet of Things (Internet das Coisas) – resumidamente, significa a criação de uma relação tecnológica entre todos os equipamentos e o que nos rodeia, colocando-nos sempre ligados.
Este desenvolvimento torna a nossa relação com o que nos rodeia ainda mais “inteligente”. Refletindo, por exemplo, sobre a área da saúde. Ao utilizar-se um dispositivo Wearable (vestível), é possível recolher diversos dados sobre o nosso bem-estar, como o batimento cardíaco, a condutividade de eletricidade na pele ou a temperatura corporal em tempo-real e sem pausas.
Em seguida, a análise e descodificação imediata destas métricas poderá ser revelada pelo equipamento, o que, em termos teóricos, poderá possibilitar ao utilizador o conhecimento pormenorizado das alterações corporais – no fundo, dá uma voz ao corpo. Porém, desengane-se quem achar que as potencialidades ficam por aqui.
Ao nível do turismo, basta pensar numa linguagem comum entre os diversos equipamentos numa cidade - emparelhar smartphones com guias eletrónicos e mapas digitais, colocando tudo na língua materna do utilizador, em segundos, bastando para isso a conexão entre os equipamentos “inteligentes”.
Além disso, a nível pessoal, o conforto possibilitado pela Internet das Coisas é completamente disruptivo. Imagine estar a ouvir música a partir do smartphone na rua e, ao chegar a casa, ouvir a continuação da música no sistema de som, como se se tratasse de uma banda-sonora num qualquer filme.
Contudo, é importante também refletir na forma como isto tudo se processará. Será um trabalho moroso, é certo, envolvendo diversas plataformas, vários pensadores e múltiplas linguagens tecnológicas. Torna-se prioritário abrir as “portas electrónicas” para estar disponível em todos os canais.
Novamente, o conceito de se estar sempre “On” é absolutamente fundamental para se conseguir oferecer com qualidade ao utilizador este universo “inteligente”, à sua medida. Mas não é o suficiente, claro. São também necessárias plataformas que permitam o desenvolvimento simples, rápido e seguro de aplicações que coloquem a Internet das Coisas no campo da realidade. Falamos, por exemplo, de espaços onde programadores possam ter acesso aos equipamentos inteligentes, sem a necessidade de analisar ou instalar infraestruturas complexas de conectividade entre equipamentos, nem os dados de utilizadores no armazenamento em Cloud.
Desta forma, os produtores de serviços podem concentrar-se, apenas, no desenvolvimento da funcionalidade dos seus serviços, conseguindo desta forma implementar facilmente um canal de comunicação de dois canais, bem como a sincronização de dados entre diversos equipamentos.
A Internet das Coisas, na sua essência basilar, pressupõe uma existência una, um grupo unificado de linguagens, equipamentos e tecnologias que funcionem de forma conectada, pelo que, pela mesma lógica, exige-se um ecossistema unificado. A chave que abre a porta desta tecnologia é, justamente, a colaboração entre as diversas indústrias, marcas e criadores – ou seja, uma indústria “inteligente”.
E o mercado movimenta-se desta forma “inteligente” – A IDC aponta, num estudo recente, que se espera que o crescimento da base instalada de unidades de IoT avance em 17.5%, alcançando os 28.1 mil milhões de unidades em 2020*. De referir que a consultora estimava a existência de 9.1 mil milhões de unidades de IoT instaladas em 2013.
Também é importante assinalar que o lucro esperado da Internet das Coisas, avaliado em mil milhões de dólares, passa de 1.928 mil milhões em 2013 até 7.065 mil milhões em 2020. É, definitivamente, a tendência tecnológica do ano.
São tempos emocionantes na área da tecnologia. Tal como foi referido na abertura do CES 2015, a Internet das Coisas tem a capacidade de transformar a nossa sociedade, a economia e a forma como vivemos as nossas vidas. Está nas nossas mãos consolidar e transformar em real o que, anteriormente, habitava apenas nas mentes dos grandes autores da ficção.
Mais do que apenas um número exagerado, 7.2 mil milhões de objetos ligados [x7 em 2020] - *Fonte: IDC |