Henrique Carreiro em 2020-7-21
Depois de mais de quatro anos a criar uma plataforma de gestão de dispositivos edge, a IBM disponibilizou-a recentemente em código aberto, contribuindo para o esforço que a Linux Foundation está a fazer para criar uma estrutura para edge computing.
O projeto conta com o apoio da Dell, da Cisco e da Intel, mas a IBM gostaria, adicionalmente, de ter a colaboração da AWS e da Microsoft, os dois maiores intervenientes no mercado da cloud. Denominada Open Horizon, a tecnologia é o núcleo do Edge Applications Manager da IBM. Uma vez instalado e configurado o Open Horizon, é possível gerir o trabalho que este executa sem necessidade de acesso físico aos dispositivos. É possível, por exemplo, ter um dispositivo Raspberry Pi Zero W a funcionar como um assistente doméstico offline num dia, e voltarmos a configurá-lo, remotamente, para monitorizar o uso doméstico de energia no dia seguinte. A IBM estima que existam cerca de 15 mil milhões de dispositivos edge em uso, que se prevê poderem crescer para 55 mil milhões até 2022 e para 250 mil milhões até 2025. O Open Horizon foi concebido para permitir a gestão de até dez mil nós edge, mas também é utilizada para gerir workloads de machine learning a partir de um único local. O projeto pode ter particular interesse para a indústria automóvel. Todos os fabricantes de automóveis estão neste momento a passar pelo processo de rearquitetar os seus veículos para agregar a capacidade computacional numa estrutura de sistema aberto que permita mais flexibilidade e trazer mais software para o veículo. Esta é uma das vantagens competitivas da Tesla, que outros fabricantes estão a tentar replicar. O Open Horizon é um avanço importante nesse sentido – e um dos que pode, na verdade, fazer jus a um nome inspirado e promissor. |