Jennifer Kolloczek, Senior Director, Marketing & innovation, Production Printing da Canon Europa em 2024-9-26

OPINIÃO

Desenvolver empresas de impressão mais resilientes e sustentáveis

Nos últimos 10 anos, assistimos a um aumento das conversas sobre sustentabilidade e a um esforço das empresas para crescerem de forma mais responsável e sustentável. Este cenário é frequentemente acompanhado pela pergunta: será que tal é possível para as empresas, mantendo também a sua rentabilidade?

Desenvolver empresas de impressão mais resilientes e sustentáveis

Jennifer Kolloczek, Senior Director, Marketing & innovation, Production Printing da Canon Europa

Ao longo deste tempo, temos registado também um aumento das opções de leasing, reutilização, reparação, renovação e reciclagem dos equipamentos de produção existentes, o que resultou num progresso positivo no sentido da circularidade. As tecnologias mais recentes têm permitido melhorar os processos de produção, não apenas no que toca aos critérios de desempenho – como a velocidade, a produtividade e a qualidade dos resultados –, mas também no que diz respeito à redução do consumo de energia e da utilização de matérias-primas. Assim, as empresas de impressão podem servir melhor os seus clientes, e ao mesmo tempo operar de forma mais eficiente. A gestão de resíduos também se tornou um tema quente, e a indústria está a trabalhar arduamente para reciclar ou eliminar os subprodutos e os materiais impressos de forma mais responsável.

Alguns inquéritos globais recentes realizados pela PwC e pela Deloitte com consumidores e executivos de empresas evidenciam a mesma tendência: o interesse e a participação ativa na sustentabilidade estão a aumentar, e as empresas que são vistas como mais sustentáveis são as que estão mais bem preparadas para crescer.

Assim, este fator está a incentivar as empresas a alterarem os seus investimentos e operações. O mesmo inquérito da Deloitte a altos executivos concluiu que 75% dos inquiridos aumentou os seus investimentos em sustentabilidade nos últimos 12 meses.

Esta mudança no sentido de as organizações intensificarem as práticas sustentáveis e declararem explicitamente as suas credenciais de sustentabilidade reflete-se nos requisitos dos concursos em muitas regiões europeias. Muitas adjudicações de trabalhos são agora orientadas por critérios ambientais, sociais e de governação (ESG), o que significa que a falta de capacidade para responder a questões relacionadas com sustentabilidade vai quase certamente começar a impactar as oportunidades das empresas e, potencialmente, também afetar a sua reputação.

Principais tendências de sustentabilidade que impulsionam a mudança organizacional

Quando olhamos para 2024 e para os próximos anos, é importante sublinhar que há um escrutínio crescente à volta do ESG, tanto para as empresas mais pequenas como para as maiores, o que frequentemente implica incorporar equipas e recursos dedicados a este tema.

Esta realidade é impulsionada por diversos fatores, sendo um dos mais significativos a introdução pela UE de regulamentações mais rigorosas para combater o "greenwashing", votadas como lei no início deste ano, e que os Estados-Membros vão ter até 24 meses para cumprir. Ao abrigo destas regulamentações, as empresas vão estar sujeitas a sanções de, pelo menos, 4% das suas receitas anuais se fizerem alegações ambientais enganosas.

Se antes as expectativas dos clientes relativamente a operações sustentáveis recaíam sobre as grandes empresas, agora já não é assim. As implicações práticas para as PME foram resumidas por Steve Lister, consultor de sustentabilidade para marcas e retalhistas globais, numa apresentação recente a fornecedores de serviços de impressão (PSP): "Há um aumento do número de start-ups que já incluem práticas sustentáveis no seu ADN. Isto significa que as empresas mais pequenas, que anteriormente estavam isoladas desta realidade, vão começar a sentir maior pressão para provarem as suas credenciais de sustentabilidade, tanto do ponto de vista da concorrência como das perspetivas governamentais e dos consumidores."

A boa notícia para os fornecedores de serviços de impressão que compreenderem estes requisitos e tomarem medidas que contribuam para a mudança é que estão na posição ideal para oferecer aos clientes soluções sustentáveis para as suas campanhas. Steve Lister concluiu: "A maior parte do impacto ambiental é determinada na fase inicial de design das soluções. Escolhas com menor impacto ambiental podem ser materiais de impressão alternativos que ofereçam maiores opções de reutilização e reciclagem no fim da vida útil, ou opções que ofereçam uma pegada de carbono menor nas fases de aquisição e produção.”

Um catalisador da mudança

Não existe uma solução “one size fit all”. No entanto, compreender as opções tecnológicas, operacionais e materiais disponíveis e a forma como estas respondem às diversas necessidades dos clientes é um investimento que as empresas de impressão podem transformar numa vantagem comercial – e não apenas numa perspetiva de vendas, mas também como um exercício de preparação para o futuro.

Num dos lados da balança, a transição para operações mais sustentáveis e a partilha destas com os clientes pode ser uma oportunidade para os fornecedores de serviços de impressão desenvolverem relações mais fortes e mais consultivas com os clientes, e acrescentarem valor através de respostas mais detalhadas e criativas. Por outro lado, a resiliência dos negócios aumenta num cenário comercial desafiante e em constante mudança, onde a tendência para operações sustentáveis só vai aumentar. 

Recomendado pelos leitores

A importância dos serviços geridos no combate ao cibercrime
OPINIÃO

A importância dos serviços geridos no combate ao cibercrime

LER MAIS

Os trabalhos e os dias da Intel, na saída do seu CEO
OPINIÃO

Os trabalhos e os dias da Intel, na saída do seu CEO

LER MAIS

2025 – A Bola de Cristal
OPINIÃO

2025 – A Bola de Cristal

LER MAIS

IT CHANNEL Nº 113 DEZEMBRO 2024

IT CHANNEL Nº 113 DEZEMBRO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.