Fernando Egido, Country Manager da Infinidat Ibéria em 2022-12-29
De acordo com dados da Comissão Europeia, os datacenters europeus consomem atualmente quase 3% da energia necessária em cada país, e em 2030 o seu consumo poderá aproximar-se dos 100 TWh
Portugal espera acrescentar cerca de 206 megawatts de potência entre 2022 e 2027. Vários países à nossa volta - incluindo o nosso - estão a apelar à restrição no consumo de energia dos centros de dados. Dada a atual situação, a Europa está a rever para onde vai cada megawatt da sua rede elétrica, em antecipação de um inverno complicado por uma crise energética imprevista. O elevado consumo dos centros de dados alterou as prioridades de alguns países e as instalações que, antes, eram estratégicas, agora são um potencial problema. Quando se trata de armazenamento de dados Enterprise, o fardo de gerir sistemas de armazenamento díspares no mesmo ambiente coloca uma pressão enorme sobre as equipas de TI, aumentando os custos e a complexidade, e sobrecarregando as empresas com um número crescente de fabricantes. Os gestores de TI estão a racionalizar cada vez mais as suas infraestruturas, e o ponto de intersecção entre todos eles é a consolidação das workloads. Quando um ambiente heterogéneo é consolidado num único array dedicado, o número de silos separados que é necessário gerir é eliminado (ou pelo menos reduzido), o que simplifica muito a gestão. Ao consolidar quatro ou cinco arrays num só, por exemplo, a empresa beneficia de um intercâmbio de dados mais eficiente entre aplicações e de uma maior produtividade através de uma gestão centralizada, bem como de uma redução do consumo de energia e de espaço. Para conseguir estes objetivos, a estratégia mais inteligente é, sem dúvida, abraçar a consolidação de workloads. Hoje em dia, um só sistema pode admitir vários petabytes de capacidade, sendo mais eficiente que vários sistemas mais pequenos, reduzindo ainda o número de componentes que podem falhar. Por outro lado, com as tecnologias atuais, não é necessário comprometer o desempenho, a disponibilidade, a ciber-resiliência, a agilidade ou o custo durante a consolidação. As novas capacidades de gestão “multi-tenant” (com capacidade de determinar a qualidade do serviço por utilizador) e avanços como a tripla redundância fazem com que tudo isto seja possível. Um bom exemplo disto é a EDP. A empresa enfrentava um consumo de armazenamento que crescia a uma taxa vertiginosa - mais de 1 Petabyte por ano -, pelo que, a certa altura, a gestão destes volumes de dados tornou-se um desafio. A EDP consolidou toda a sua infraestrutura de armazenamento com duas arrays, cada uma num dos dois centros de dados que possui, com uma capacidade inicial acordada de 1 Petabyte para cada. Além das vantagens que pode implicar em termos de desempenho e disponibilidade, a EDP conseguiu reduzir a energia consumida por esta infraestrutura de armazenamento, bem como o espaço físico necessário. Conclusão: a tecnologia permite reduzir o consumo energéticoAs soluções de armazenamento empresarial devem ser capazes de satisfazer os requisitos necessários para enfrentar projetos de consolidação. Seja qual for a plataforma escolhida, as organizações deverão garantir que reúne o desempenho e as capacidades de múltiplos sistemas em um só, tendo como base uma arquitetura de redundância tripla definida por software que garanta 100% de disponibilidade de dados e capacidades de machine learning para alocação automática de dados. Da mesma forma, as empresas deverão ter também múltiplas opções de consumo para proporcionar uma flexibilidade ainda maior. Por último, sublinhar que todos os especialistas concordam que se não agirmos nos data centers, estamos a perder algum do potencial para abandonar as energias fósseis e contribuir para a transição energética. |