COBOL - uma linguagem com futuro

Contudo, ao invés de se tornar mais uma relíquia da história informática, o COBOL tem sobrevivido e evoluído ao longo dos tempos (a versão mais recente suporta mesmo um paradigma de programação orientado a objetos). Desde a sua criação em 1959 até aos dias de hoje, vários milhares de milhões de linhas de código foram escritas.

A verdade é que esta linguagem orientada ao negócio pode não estar na moda, mas tem provas dadas de robustez e fiabilidade, com uma sintaxe intuitiva, auto-documentável e fácil de aprender, além de ser integrável com outras tecnologias. Hoje em dia, uma percentagem elevada da lógica crítica de negócio das empresas é realizada em COBOL, estando presente em praticamente todas as maiores e mais importantes corporações do mundo financeiro.

A sua presença é constante no nosso dia-a-dia, mesmo que disso não nos apercebamos: quando levantamos dinheiro num ATM, fazemos um pagamento com cartão de crédito no supermercado, contratamos um crédito à habitação ou um seguro de saúde, há uma grande probabilidade de estarmos a executar código COBOL. O esforço de migração deste código crítico e omnipresente para outras linguagens teria um risco elevado, inerente à necessidade de refazer funcionalidades críticas que já têm provas dadas de bom funcionamento e estabilidade, com custos monetários e de tempo associados. Grande parte dos projetos que foram rescritos acabaram em falhanço, com custos evidentes para as organizações envolvidas.


A partir do cenário traçado acima, pode afirmar-se que o código existente atualmente precisará sempre de ser mantido e atualizado, significando isto oportunidades tanto para os profissionais que dominem a tecnologia como para as empresas que decidirem apostar nesta área. A falta de interesse de grande parte do mundo das TI por esta linguagem faz com que haja oportunidades de emprego crescentes e com perspetivas de futuro, podendo o conhecimento de COBOL ser uma clara mais-valia em face da skills gap do mercado.