Blockchain no combate à pandemia

Durante grande parte do primeiro trimestre do ano, os prestadores de cuidados de saúde e as autoridades de saúde pública em todo o mundo lutaram desesperadamente para adquirir os equipamentos necessários para manter as suas equipas a trabalhar de forma segura, mas foram tolhidos por dificuldades várias, entre as quais encontrarem os fornecedores certos, acompanharem as entregas para que não fossem desviadas, ou garantirem que os produtos estavam conforme as especificações. A tecnologia blockchain tem sido encarada, durante a crise, como solução potencial para resolver muitas questões relacionadas com confiança descentralizada.

Um dos exemplos relevantes usando blockchain, foi impulsionado pela IBM, denomina-se Rapid Supplier Connect (RSC), e tem como objetivo ajudar os compradores nos setores da saúde e do governo a encontrarem fornecimentos e serviços num mercado não convencional com maior eficiência. A RSC funciona na plataforma de blockchain empresarial da IBM Cloud, e está disponível gratuitamente para compradores e fornecedores qualificados até 31 de agosto de 2020.

O uso de blockchain no combate à pandemia não se esgota, contudo, nas cadeias de abastecimento. A EY, por exemplo, tem estado a trabalhar num projeto que permitirá assegurar que quem foi testado e a quem foi detetada imunidade possa ter um certificado digital que assim o assegure e que, nomeadamente, facilite deslocações e elimine previsíveis tempos de quarentena em deslocações internacionais. A natureza descentralizada e inviolável da blockchain seria um passo adicional para que esta solução pudesse ser adotada de forma alargada em muitos países que nem sempre concordam com existência de autoridades centrais supranacionais.

Na guerra pelo retorno a uma normalidade possível, nenhuma arma é supérflua. O uso do que de melhor a blockchain tem para oferecer é, potencialmente, mais uma ajuda inestimável.