Existem quatro setores que terão de ser abordados de forma mais atenta e que permitirão ganhos significativos na adoção das tecnologias por parte dos profissionais de saúde, na otimização de processos nos prestadores de saúde e na forma como os utentes, profissionais e instituições irão interagir.
Acesso e Usabilidade: Globalmente o acesso ao RSE terá que ser mais intuitivo. As interfaces gráficas e a usabilidade dos múltiplos sistemas terão de evoluir. Os profissionais de saúde querem tratar os seus pacientes, não querem aprender a utilizar sistemas complexos e pouco amigáveis, muito menos que a tecnologia se coloque entre o prestador e o paciente. Os designers da informação, das interfaces gráficas e dos equipamentos terão um papel muito importante nesta evolução. Os Google Glass, ou tecnologias semelhantes, são um excelente exemplo e um bom prenúncio nesta área.
Do lado dos utentes, apesar de existirem já alguns exemplos, haverá uma tendência generalizada de disponibilização online dos registos clínicos através de portais do utente, com mais informação e maior qualidade. Aparecerão certamente melhoramentos significativos a este nível de âmbito nacional.
Interoperabilidade: Uma das premissas do RSE é a habilidade de troca e utilização dos dados clínicos entre múltiplos sistemas, organizações e regiões, em qualquer momento e em qualquer local. Têm havido significativas evoluções nesta área, existindo já muitos bons exemplos nacionais de interoperabilidade, como é o caso do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa, mas existe um longo caminho a percorrer no que diz respeito ao intercâmbio de dados entre organizações e regiões, nomeadamente entre países. Apesar do projeto de âmbito europeu EpSOS ter sido bem sucedido, no qual Portugal participou através da SPMS, haverá ainda muito a fazer para que a máxima “em qualquer momento e em qualquer local” seja uma realidade eficaz e global.
Mobilidade: Nesta evolução para uma população mais envelhecida, mas com melhor acesso à informação e mais participativa, haverá uma tendência clara para o “Patient-centric”. Esta tendência será alavancada pela utilização massiva dos dispositivos móveis, dos weareables e da Internet of Things (IoT). Os tablets assumirão uma posição importante dentro dos hospitais e irão contribuir para uma diminuirão significativa do papel. O aparecimento dos weareables com sensores na área da saúde irão fomentar a mudança de alguns paradigmas na relação paciente/prestador e irão melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas. Dentro e fora dos hospitais os pacientes serão monitorizados de forma contínua, em mobilidade, permitindo aos profissionais de saúde atuar preventivamente e diminuir tempos de internamento. Por este meio, a telemonitorização e as teleconsultas ganharão nova expressão.
Segurança: Todos estes factos serão impulsionadores de conceitos como o Big Data e a Cloud, levantando preocupações legítimas quanto à segurança dos dados. A segurança informática no âmbito da saúde será certamente uma das áreas com maior crescimento. |