2016-7-11
Indústria 4.0 é a forma de nos referirmos à quarta revolução industrial – a primeira foi a manufactura e a mecanização, a segunda foi a produção em massa e a terceira foi a revolução digital.
A próxima será a informatização da maquinaria e a automatização com recurso à robótica, bem como a medição e a análise inteligentes de dados para melhorar a eficiência, a rentabilidade e a segurança. A quarta revolução industrial será moldada por uma nova onda de inovação em áreas como os automóveis sem condutor, a robótica inteligente, materiais que são mais leves e mais resistentes, e processos de manufactura construídos em torno da impressão 3D. Nesta indústria moderna, os dados são a força vital, ditando o equilíbrio entre oferta e procura e, subsequentemente, nas decisões de produção, distribuição e armazenamento. Também podemos olhar para exemplos populares como a Uber e a Airbnb, que têm usado dados, tecnologia baseada na cloud e a Internet das Coisas (IoT) para desenvolver modelos de negócio inovadores que alteraram radicalmente os mercados tradicionais em que estas empresas operam. |
A quarta revolução industrial não é apenas uma questão de como as empresas usam a tecnologia para |
Daniel Cruz, Territory Manager NetApp Portugal. |
Tem também muito a ver com a colocação da tecnologia no coração da sua estratégia de negócio para obter vantagens sobre a concorrência. Mas qual o input e output da Internet das Coisas Industrial (IIoT). O que a mantém coesa? Por que motivo, e como, pode ela melhorar o mundo? Estas são as perguntas que temos de começar por fazer. IIoT – conectando 50 mil milhões de dispositivos Quando falamos de IIoT, a primeira coisa que temos de ter em conta são os dispositivos que a compõem – vamos chamar-lhe o input. Em 2008, já havia mais “coisas” ligadas à Internet do que pessoas na Terra. Até 2020, a Cisco estima que haverá 50 mil milhões de dispositivos conectados. A explosão de dispositivos não se deve apenas ao crescimento no número de dispositivos conectados a que estamos habituados. Embora o número de smartphones, tablets e wearables tenha aumentado, o crescimento imenso dos dispositivos conectados deve-se ao facto de muitos dispositivos se terem tornado ‘inteligentes’. Desde lâmpadas até maquinaria industrial, passando por chaleiras e até robots – o número de dispositivos que está ligado à internet e é capaz de comunicar com outros sistemas conectados é avassalador. Com dispositivos inteligentes e uma maior dependência de sistemas automatizados, os designers e fabricantes de dispositivos têm de levar em conta vários aspectos. Por exemplo, os dispositivos inteligentes são sistemas que, no fundo, estão “sempre ligados” – estão constantemente a recolher dados e a comunicar. Isto requer a evolução de sistemas de baixo consumo de energia para reduzir as despesas correntes de ecossistemas inteligentes. Além disso, quando objectos tradicionais são substituídos por equivalentes “inteligentes”, há potenciais problemas de segurança. Como tal, a explosão de dispositivos não só é um desafio em termos de acrescentar volume, complexidade e tráfego ao ecossistema industrial conectado, como cada novo dispositivo representa um potencial ponto fraco a nível de segurança. Em última análise, o output da IIoT tem de ser um aumento dos lucros das empresas que a usam: fornecendo aos seus clientes um melhor serviço e fomentando a sua lealdade, tornando a cadeia de fornecimento mais eficiente ou sendo capaz de desenvolver novos produtos mais depressa do que a concorrência. Os milhares de milhões de dispositivos e redes de elevado desempenho que compõem a IIoT vão permitir uma maior automatização, melhores comunicações e mais produtividade. Todavia, o segredo para retirar valor estratégico da IIoT que vai revolucionar as indústrias, inovar nos modelos de negócio e concretizar a quarta revolução industrial está nos dados. No ambiente da IIoT, os dados de milhares de milhões de dispostivos será recolhido em tempo real, transportado através de redes para sistemas TI e de armazenamento. Gerir estes dados é um desafio monumental, uma vez que a vasta maioria deles não será nem valioso nem claramente útil. Por isso, serão necessários algoritmos e análises complexas para decidir que conjuntos de dados específicos vale a pena armazenar e quais devem ser descartados. Além do mais, é necessário fazer perguntas aos dados para os contextualizar face a outros conjuntos de dados. Também precisamos de compreender que dados precisam de ter prioridade ou ser tratados com um cuidado extremo em termos de privacidade e segurança, tendo por base a sua importância e sensibilidade. As empresas que forem capazes de aproveitar o poder dos dados da IoT serão capazes de trabalhar de uma forma que tem mais curiosidade acerca do cliente: utilizando dados para informar as vendas, o marketing, a comunicação e a estratégia. A gestão e análise de dados está no cerne da IIoT, pois as empresas precisam de reunir inteligência a partir dos dados produzidos pelos dispositivos para melhor informar as tomadas de decisão operacionais e estratégicas. Os dados são um dos bens mais valiosos que as empresas têm ao seu dispor. Havendo dados a ser recolhidos em tempo real numa escala tão grande, o valor dos dados vai aumentar exponencialmente à medida que a IIoT começa a tomar forma. |