Sérgio Azevedo, Managing Partner da Streamroad Consulting em 2022-12-26
Navegar à vista não é, por norma, a melhor forma de fazer governança, seja onde for… Mas há alturas em que é necessário, quando os tempos assim o exigem. E é chegada a altura de o fazer
Se há verdade que os primeiros tempos destes loucos anos 20 vieram confirmar é que a única coisa que podemos dar como certa na vida é a incerteza. Estamos a atravessar um ponto de disrupção permanente. No espaço de dois anos, o mundo parece ter entrado numa espiral descontrolada: uma pandemia, uma guerra na Europa, uma crise energética, um descontrolo inflacionista, a disrupção das cadeias logísticas, etc.. As famílias, os governos e as empresas dão o tudo por tudo para se conseguirem adaptar a este novo normal de imprevisibilidade, percebendo que as fórmulas que antes funcionavam, podem já não se aplicar. Aliás, hoje em dia gerir empresas ou equipas é uma tarefa ainda mais desafiante e esgotante que o normal, que requer persistência, resiliência, abertura de espírito e rapidez na reação. Obriga a saber lidar com o risco e a imprevisibilidade. Mas, se antes o grande aliado dos gestores e suas equipas era o planeamento antecipado, desde sempre considerado uma peça fundamental na estratégia das empresas, hoje já não é possível fazer grandes projeções ou previsões a longo prazo, tendo de trabalhar com cenários cada vez mais curtos, a um ano, e muitas vezes a um trimestre, pelo que toda a informação complementar à tomada de decisão passou a ter um papel crucial. De facto, o ambiente atual de grande incerteza convida a decisões mais ponderadas, mas também a ajustes rápidos sempre que a situação o justifique. É chegado o momento de “navegar à vista”. A tomada de decisões rápida e segura assume aqui grande relevância na gestão e na condução das equipas, sendo ainda mais importante em períodos de crise conhecer bem a nossa embarcação, as marés, os ventos e o fundo do mar. Todas as decisões devem, por isso, acompanhar as mudanças do mercado. Ter sempre um olho no futuro e outro no presente garante a preparação necessária para ultrapassar dificuldades e atingir objetivos. As empresas devem estar preparadas para adaptar os seus forecasts à realidade do mercado, garantindo que as equipas de vendas estão motivadas. E, claro, assegurar que o seu Marketing acompanha esta estratégia, como peça fundamental para ajudar toda a empresa a atingir os seus números. Deixo aqui cinco orientações que, acredito, podem ajudar a ultrapassar esta intempérie de uma forma mais segura:
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