Henrique Carreiro em 2020-11-27
A pandemia da COVID-19 teve um impacto dramático nos hábitos e no comportamento dos consumidores.
Com estes hesitantes em entrar nos espaços comerciais e as empresas a imporem limites de ocupação e distanciamento social, a adoção do comércio eletrónico acelerou desde março, sem sinais de abrandamento à medida que nos dirigimos para um final de ano sem precedentes. Devido a preocupações de segurança, os consumidores continuarão a optar pelas encomendas online para as suas compras de Natal. O que as empresas tiverem de fazer para se adaptarem à época de Natal de 2020, servirá também de ensaio para 2021. A chave será, portanto, um uso judicioso das plataformas online. Para tal, e em primeiro lugar, será adequado que as empresas procurem um equilíbrio entre as entregas em casa e as entregas na loja, ainda que deem a possibilidade de compra online. O objetivo será mitigar a pressão sobre toda a cadeia de entrega e controlar os custos. Será também importante que os consumidores tenham visibilidade sobre todo o ciclo de entrega. Os melhores retalhistas online têm vindo a subir a fasquia sobre o que é possível fazer neste campo, e os consumidores não esperam menos de um retalhista mais pequeno do que de um grande. Feliz, ou infelizmente, o comércio online é um grande nivelador de expetativas. Finalmente, será também crucial que se desenvolvam sistemas de entregas rápidas no retalho. Os serviços de entrega de refeições mostraram, para o melhor e para o pior, o que é possível fazer quando se pretende endereçar o problema da derradeira milha. É necessário otimizar a cadeia de entrega nesta para diminuir os impactos ambientais e humanos. Mas a transformação, a verdadeira transformação, só se conseguirá quando também esta barreira final cair. |