Ana Carolina Cardoso | Channel Director | APC by Schneider Electric em 2019-10-10
Muito se ouve e se discute sobre a batalha entre duas áreas dentro das empresas: os gestores de facilities ou manutenção (responsáveis pela infraestrutura elétrica e mecânica dos Data Centers) e os gestores de IT (responsáveis pelos servidores, softwares e redes). No entanto, entre essas duas áreas, e considerando a empresa como um todo, existe uma figura central: o consumidor
De facto, o consumidor e a sua necessidade de estar conectado permanentemente têm vindo a alterar a forma como as empresas se relacionam com o mesmo. Um exemplo é no mercado financeiro: os bancos, que antes atendiam os seus clientes através das agências bancárias, o que implicava horas na fila e muito aborrecimento, com a chegada da internet conseguem colocar à disposição os seus websites durante 24 horas, e diversas aplicações. Ao pensar-se nesse ser exigente, “O Consumidor”, é mais fácil para a área de facilities perceber quando o departamento de IT “decide” instalar mais um servidor. Essa necessidade começou por ter o objetivo de dar resposta ao consumidor (pode não ter sido planeada, mas é necessário fazê-la para que a sua empresa mantenha a competitividade). Por outro lado, também é mais fácil para a área de IT compreender quando a área de facilities opta por uma determinada tecnologia com flexibilidade e modularidade, que às vezes pode ser mais cara, mas que vai responder à flexibilidade exigida pelo negócio e pelo consumidor. Portanto, as divergências entre facilities e IT já não fazem sentido, uma vez que o negócio é dinâmico e solicitado pelos consumidores, os verdadeiros “culpados”. Ambos necessitam de estar próximos do negócio e também na compreensão do comportamento do consumidor para as suas respetivas planificações. Neste cenário, iniciativas como DCIM, Modularidade e Sustentabilidade começam a fazer sentido. Sustentabilidade, porque se o crescimento não é sustentável, não vai sobreviver. Não serve de muito apenas falar do aumento de custo, necessitamos de o administrar de forma inteligente (com o PUE – Power Usage Effectiveness, por exemplo) e, assim, evitar desperdícios para a empresa e para o globo. Tudo isto sem, naturalmente, perder a disponibilidade.
Recentemente, num grupo de discussão com gestores de IT e Facilities, foram relacionadas as prioridades para os gestores de Data Center em geral:
Ou seja, sustentabilidade já é uma realidade e uma questão de sobrevivência do negócio como um todo. Modularidade também passa a ser uma iniciativa importante para garantir a flexibilidade, uma vez que é necessário aumentar ou diminuir consoante a exigência do negócio, onde quem ordena são os consumidores. Isto, evidentemente, sem prejudicar a disponibilidade. Já não faz sentido ter um Data Center projetado para 15 anos. É necessário planear passo a passo, uma vez que se programar três passos ao mesmo tempo, por exemplo, o terceiro pode já não ser uma realidade e terá de ser modificado. Para acompanhar as mudanças frequentes e necessárias, evitando qualquer tipo de risco, uma iniciativa parece ser fundamental: DCIM – Data Center Infrastructure Management. Esta sopa de letras tão discutida recentemente e que pode ser tanta coisa, promete ser o facilitador da conversa necessária entre as áreas de IT e Facilities. DCIM é, tanto para Facilities como para IT, um bom método de trabalho conjunto, assim como uma forma de acesso ao trabalho como um todo, dado que ambos estão (ou devem estar) inseridos na operação e compreender a criticidade de um sistema de climatização que suporta um servidor, onde funciona uma determinada aplicação. Deste modo, a discussão sai do âmbito do “servidor” ou “ar condicionado” e passa para a aplicação que atende um determinado nicho de consumidores. A discussão já não é sobre hardware, mas sobre software e consumidores afetados. Em conclusão, a instalação de um DCIM envolve o trabalho conjunto e destrói as barreiras entre IT e Facilities, passando a ser importante para o negócio. Então, como podem o DCIM e tantos outros ativos de IT deixar de ser um custo e passar a ser imprescindíveis nas instalações? A resposta está em calcular o risco de uma determinada aplicação ou software parado ou pôr mesmo em risco a interface via internet com o utilizador (vamos recordar o que foi falado no início, a importância do acesso à distância por parte dos consumidores). Isto pode pôr em risco a sobrevivência ou a marca do negócio como um todo. E aí está o segredo e o benefício de uma instalação de DCIM: dar ao responsável de Data Center uma visão realista da disponibilidade da infraestrutura existente, dos riscos da operação, da planificação necessária para o crescimento, tudo isto sob a ótica da aplicação que atende o consumidor. Desta forma, saímos da discussão sobre a inspiração de um novo servidor ou novo ar condicionado para a discussão sobre o custo do data center para o processamento de uma determinada aplicação de IT.
- Ana Carolina Cardoso, Channel Director da APC by Schneider Electric |