Vendas mundias de tablets aumentam 8% no terceiro trimestre

De acordo com a Canalys, as vendas mundias de tablets totalizaram 33 milhões no terceiro trimestre de 2023, o que marca uma queda anual de 7%. No entanto, isto representa um aumento sequencial de 8%, indicando uma recuperação do mercado de tablets antes da crucial época de festas, assim como o forte desempenho dos novos participantes no espaço.

“Com a estabilização dos inventários, as vendas de tablets estão a começar a aumentar sequencialmente”, afirma Himani Mukka, Research Managerda Canalys. “Isso é um bom presságio para a próxima temporada de festas, onde os descontos contínuos e os lançamentos de novos produtos deverão levar o mercado de volta ao crescimento ano após ano”.

Segundo Mukka, observou-se uma “mudança nas preferências para dispositivos premium com telas maiores”, que foi influenciada pela “evolução das necessidades dos utilizadores em relação à produtividade e ao consumo de conteúdo”. Além disto, os fornecedores de tablets deverão começar a considerar como uma prioridade “a integração de recursos generativos de Inteligência Artificial (IA) nos seus dispositivos para manter uma vantagem competitiva”.

“Os principais players, Apple e Samsung, já sinalizaram maior intenção de incorporar experiências de IA nos seus portfólios de hardware”, aponta Mukka. “À medida que os PC e os smartphones se preparam para avanços significativos em IA no dispositivo, os fornecedores devem garantir que os seus tablets acompanhem o ritmo para oferecer consistência nas experiências do utilizador e manter a interoperabilidade em todo o ecossistema de dispositivos”.

Os fabricantes de smartphones estão a avançar no mercado de tablets, principalmente os fornecedores chineses com ofertas inovadoras e preços competitivos, destaca a Canalys. No terceiro trimestre de 2023, a Huawei e a Xiaomi ultrapassaram a Amazon no ranking de fornecedores.

A Apple conquistou o primeiro lugar na lista de fornecedores, totalizando 12,5 milhões de vendas de iPads e registando uma participação de mercado de 38% no terceiro trimestre. A segunda colocada, Samsung, vendeu 6,2 milhões de tablets, o que representa uma queda de 6%. Já a Lenovo manteve o terceiro lugar, com 2,6 milhões de tablets vendidos. A Huawei e a Xiaomi ficaram em quarto e quinto lugar, respetivamente, assinalando a estreia da última entre os cinco principais fornecedores com maior crescimento.

Por outro lado, os dados recentes da Canalys revelam que as vendas mundiais de Chromebooks caíram 19%, atingindo 3,5 milhões, no terceiro trimestre de 2023. Isto deve-se ao facto de grande parte do inventário de regresso às aulas foi libertado através do Canal.

A Acer recuperou o primeiro lugar nas vendas de Chromebooks com uma queda relativamente baixa de 16% em comparação com o segundo trimestre. Na segunda posição, a HP sofreu um declínio sequencial mais acentuado (57%), após ocupar o primeiro lugar anteriormente. A Dell manteve o terceiro lugar neste trimestre, sendo que as suas vendas quase corresponderam às da HP, segundo a Canalys. Por fim, a Lenovo e a Asus ocuparam os últimos lugares nas cinco primeiras classificações.

“A trajetória de crescimento dos Chromebooks mudou rapidamente para pior no terceiro trimestre de 2023, à medida que as remessas caíram 40% em termos trimestrais, após a anteriormente forte procura educacional do mercado dos EUA”, comenta Kieren Jessop, analista da Canalys. “No início deste ano, os OEMs correram para pré-construir modelos antes do aumento na taxa de licença do ChromeOS e para aproveitar a rodada final de financiamento do Fundo de Conectividade de Emergência do governo dos EUA. Mas a consequência foi uma forte descida no terceiro trimestre, uma vez que grande parte do inventário acumulado ao longo do ano já foi eliminado”.

Jessop acrescenta ainda que, recentemente, a Google anunciou “laptops Chromebook Plus, com o dobro do desempenho dos Chromebooks padrão, mas ainda com preços firmes para o segmento inferior”. A série Plus, que oferece recursos de IA centrados na melhoria da experiência de videochamada, remete para o “esforço mais recente da equipa do Chrome para aumentar a sua posição fora dos segmentos de educação e consumo, que continuam a representar mais de 80% das vendas de Chromebooks”.

“As máquinas Chromebook Plus provavelmente terão melhor desempenho no segmento de pequenas empresas do que os seus antecessores. Mas eles enfrentam uma concorrência acirrada, já que a mais recente obsessão da indústria de PC por dispositivos habilitados para IA pode ser difícil para os Chromebooks acompanharem”, conclui Jessop.