2022-11-01
A IDC conta que as vendas mundiais de smartphones diminuíram 9,7% no terceiro trimestre, para 301,9 milhões de unidades
As vendas mundiais de smartphones diminuíram 9,7% ao ano para 301,9 milhões de unidades no terceiro trimestre de 2022, de acordo com dados preliminares do Worldwide Quarterly Mobile Phone Tracker da IDC. Os resultados marcam a maior queda de sempre no terceiro trimestre e o quinto trimestre consecutivo de queda para o mercado dos smartphones. De acordo com a Canalys, os resultados marcam o pior terceiro trimestre desde 2014. “A maior parte do declínio veio de mercados emergentes onde a falta de procura, o aumento dos custos e a inflação afetaram os consumidores com rendimentos descartáveis menores”, disse Nabila Popal, research director da equipa de Worldwide Tracker da IDC. “Com um elevado inventário a entrar no trimestre, as vendas e encomendas por OEM foram ainda reduzidas numa tentativa de esgotar o inventário”, acrescenta. Mais, “embora os fornecedores chineses continuem a sofrer mais, todos os fornecedores foram impactados, incluindo a Samsung e a Apple. Embora a Apple seja o único fornecedor a apresentar um crescimento positivo neste trimestre, ainda enfrentou desafios, uma vez que o seu crescimento foi enfraquecido em muitos mercados, incluindo a China, devido à má situação macroeconómica. Olhando para 2023, a recuperação esperada do mercado, que continuamos a acreditar que irá acontecer, será empurrada ainda mais no ano. Além disso, esperamos agora uma descida mais acentuada nas vendas em 2022 e uma recuperação mais suave em 2023”. Mercados desenvolvidos como a América do Norte, a Europa Ocidental e o Japão deverão ter prestações relativamente melhores, com, ainda assim, pequenos declínios de um dígito. Já os mercados emergentes na Ásia-Pacífico, América Latina, Médio Oriente e África deverão assistir a declínios de dois dígitos, mais significativos. “Estamos a ver algumas dinâmicas únicas a desenrolarem-se em todo o mundo no que diz respeito à venda de smartphones”, disse Ryan Reith, group vice-president dos World Mobile and Consumer Device Trackers da IDC. “Os mercados desenvolvidos que muitas vezes vendem mais dispositivos premium estão a sair-se melhor do que os mercados emergentes onde os smartphones vendem por uma fração do custo. Acreditamos que isso é em grande parte apoiado pela expansão dos planos de prestações oferecidos através de Telcos, canais de retalho e até diretos dos fornecedores. A atividade promocional em torno das ofertas trade-in também apoia essa mudança. No entanto, à medida que olhamos para o próximo ano e mais além, se o mercado global vai crescer, precisará de uma forte recuperação nos mercados emergentes para que isso aconteça”. Apesar do ambiente desafiante, o posicionamento dos fornecedores não mudou face ao último trimestre. A Samsung manteve o primeiro lugar com uma quota de 21,2%, a Apple ficou em segundo lugar com 17,2%, enquanto a Xiaomi ficou em terceiro lugar com 13,4%. A Vivo e a Oppo terminaram o trimestre empatados na quarta posição, cada um com 8,6%. Com a exceção da Apple, todos os principais fornecedores sofreram declínios a nível anual. No entanto, enquanto a Samsung e a Xiaomi registaram declínios de um dígito, a vivo e a Oppo continuaram a sofrer altas descidas de dois dígitos, esclarece a IDC. |