União Europeia revela estratégia para impulsionar mercado único digital

A Comissão Europeia deu a conhecer um conjunto de medidas que pretendem impulsionar o mercado único digital e eliminar práticas discriminatórias praticadas por cada país, por motivos comerciais. As 16 medidas apresentadas deverão avançar até ao final de 2016, de acordo com o que avançou o executivo. “Existem cem milhões de cidadãos europeus, sentados em casa, que gostariam de aceder a conteúdo digital, música e livros eletrónicos de outras nações da UE, mas não podem por causa dos bloqueios por país”, referiu Andrus Ansip, vice-presidente da Comissão Europeia. “O mercado único digital não existe atualmente na União Europeia. Temos 28 mercados relativamente pequenos, 28 regulamentações, que são excelentes, mas que estão a criar barreiras entre Estados-membros”, acrescentou. Ansip disse mesmo que a Europa ficará para trás se não criar condições de igualdade para os compradores e para as empresas do universo online.

Só 15% dos compradores online na UE adquirem algo noutro país, de acordo com os dados da Comissão, e apenas 7% das PMEs vendem para lá das fronteiras do seu país.

Os planos para inverter a fragmentação das compras e de serviços online na Europa – que está muito atrás dos EUA nesta matéria – abrangem tanto o e-commerce em si como a própria infraestrutura de rede e banda larga, as taxas de transporte e entrega das encomendas, a uniformização das telecomunicações e a modernização das próprias leis de direitos de autor.

A este respeito, a Comissão prometeu estudar, antes do final ao ano, formas de assegurar um acesso mais alargado a conteúdos em todos os países da União Europeia.

Bruxelas também tem a intenção de escrutinar fortemente o papel da Google, do Facebook ou do Twitter no mercado, assunto que estará inclusive na agenda da próxima cimeira europeia de chefes de Estado de de Governo, que se realizará em junho em Bruxelas.