2017-7-12
As oportunidades da Indústria 4.0 são tremendas, mas os riscos também. A Siemens tem em Lisboa um dos três centros mundiais de monitorização e análise de ataques aos sistemas de informação de instalações industriais
Centro de Cibersegurança para a indústria em Portugal, da Siemens
A Siemens aproveitou a conferência "Cibersegurança - uma gestão de risco", organizada pelo ECO no início de junho, para demonstrar o que tem estado a fazer nesta área, que é cada vez mais uma prioridade para a empresa. Ao IT Channel, Luís Costa, information security analyst na Siemens, realçou que "com os equipamentos cada vez mais conetados entre si, a relação entre máquinas, seres humanos e Internet tem vindo a estreitar-se no setor industrial". A Internet of Things tem já um impacto tremendo na indústria e, enquanto tendência, possibilita a criação de produtos mais inteligentes e leva a que as operações e decisões de negócio sejam mais eficientes e acertadas. "Mas traz também alguns riscos", alertou.
Luís Costa, information security analyst na Siemens Assim, esclareceu, “garantir comunicações seguras em cada ponto do processo de produção e interações seguras entre diferentes instalações são elementos básicos na otimização da indústria”. A Siemens tem investido numa mistura de alta tecnologia e formação de forma a reduzir e se possível anular este impacto, com uma aposta forte em áreas como a rede e aplicações de segurança, ou segurança de informação. “Na área da segurança industrial, o nosso maior objetivo é garantir uma elevada produtividade dos nossos clientes através da minimização dos riscos”, assegurou o analista.
CSOC da Siemens protege instalações industriais a partir de Lisboa Neste âmbito, a Siemens estabeleceu em Portugal, em março de 2016, um Cyber Security Operations Center (CSOC) com responsabilidades globais, especializado no acompanhamento de ataques aos sistemas de informação de instalações industriais. “Os especialistas em segurança industrial da Siemens monitorizam instalações industriais de todo o mundo com o objetivo de detetar ciberameaças, prevenir as companhias na eventualidade de ocorrer um ataque e coordenar a tomada proativa de medidas defensivas”, explicou-nos Luís Costa. No CSOC, a Siemens foca-se essencialmente em três pilares de atuação: disponibilidade das centrais e fábricas, através da prevenção e redução de falhas causadas por ataques ou malware; integridade dos sistemas e da informação para evitar o funcionamento incorreto das máquinas, os erros na produção e os tempos de paragem; e, finalmente, na confidencialidade, protegendo os dados e a informação mais relevante, bem como a propriedade intelectual. Luís Costa destacou que uma das ameaças de segurança mais comuns se relaciona com os problemas que podem surgir “quando se ligam de dispositivos mais antigos a equipamentos mais modernos”. No contexto da Indústria 4.0, acrescentou, “é igualmente importante que os dados só sejam disponibilizados a pessoas autorizadas e que as fontes de informação e a sua integridade sejam verificadas”.
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