Léia Machado em 2023-6-16
A terceira edição do Databox Get Together destacou os desafios económicos e como o desenvolvimento de pensamento criativo pode auxiliar os Parceiros de Canais a se reinventarem, com objetivo de melhorar as margens de lucro a partir da inovação
O Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões foi palco da terceira edição do evento Databox Get Together. O evento realizou-se com as principais marcas da indústria das TIC e objetivo de consolidar relações profissionais, com destaque para as tendências tecnológicas. “É a oportunidade para estarmos próximos das pessoas e entender como a tecnologia pode ser um diferencial competitivo, com valor agregado para os negócios”, destaca André Reis, CEO da Databox, na abertura do evento. Embora a conjuntura socioeconómica torne os tempos turbulentos, especialmente com altas taxas de juros, o CEO da organização acredita no crescimento do mercado português de Canal e distribuição. A IDC prevê que os gastos com serviços de IT e de negócios na Europa aumentem 5,3% ano a ano em 2023, atingindo os 320,8 mil milhões de euros. A taxa de crescimento anual composta (CAGR) durante o período 2023-2027 está prevista para ser de 5,6% para a Europa Ocidental e 5,8% para a Europa Central e Oriental, uma dinâmica que demonstra a resiliência contínua dos mercados de serviços europeus. Business-as-a-ServiceUm dos modelos de negócio que evolui é o de Business-as-a-Service destacando-se como um caminho de venda de produtos e serviços com grande potencial de crescimento. A pesquisa da IDC destacou que o mercado de serviços na Europa Ocidental registou um crescimento de quase dois dígitos ano a ano em 2022, graças ao forte desempenho de muitos fornecedores líderes de serviços de TI. Durante o período 2023-2027, espera-se que os serviços orientados a projetos sejam o segmento de crescimento mais rápido. Nos serviços geridos, a previsão é de avanço significativo para serviços de infraestrutura de hosting, devido à procura contínua por capacidade desse modelo. Embora o Business-as-a-Service não seja um conceito inovador, é neste modelo de negócio que os Parceiros apostam as suas estratégias, especialmente as que ligadas em ações contratuais de pagamento pelo uso de serviços e soluções de TIC. Neste sentido, os canais de distribuição tendem a agregar valor com inovação na entrega que permita acrescentar margens mais significativas nos negócios. “Há inúmeras vantagens neste modelo e os fabricantes estão dispostos a trabalhar junto ao Canal com tecnologias atualizadas, inclusive, com foco na experiência do utilizador. Colaborador satisfeito certamente terá melhor performance na produtividade”, pontua Rui Gouveia, Enterprise & Public Sector Business Manager da Lenovo. “Vejo este modelo como uma grande tendência em Portugal”, acrescenta Eduardo Costa, LED BDM & Corporate Account Manager da LG. Em termos de grau de maturidade do modelo de implementação por parte dos Parceiros, os participantes do painel acreditam que o as-a- -Service é um diferencial competitivo para entregar valor e oportunidade com o objetivo de controlar os custos da operação. “O Business-as-a-Service não servirá para tudo, mas é simples e traz benefícios para os Parceiros trabalharem em cenários adversos como estamos a viver na nossa economia. Vejo maturidade no mercado português para esse tipo de contratação”, completa Jonas Carneiro, Medium Business & Channel Sales Manager Portugal da Dell Technologies. Satisfação no meio da digitalizaçãoSe o mercado de Parceiros de Canal já precisava acompanhar a velocidade das transformações digitais, o desafio ficou ainda maior após três anos de pandemia. Resiliência é a palavra mais comentada durante o Databox Get Together e o recado é claro: é preciso desenvolver o pensamento criativo para superar as adversidades. José Aguincha, Sales Director da Databox, convidou os participantes do evento a repensar nos seus projetos de negócio com atenção maior à logística de proximidade, a atender melhor as expectativas dos clientes, que hoje estão habituados ao meio digital. “Tudo o que entendemos sobre satisfação do cliente não é novo, mas a evolução tecnológica obriga-nos a cultivar ainda mais os relacionamentos e a confiança. Temos que ser transparentes e honestos com o nosso ecossistema”, pontua. O executivo chama a atenção para a crescente procura das vendas online em Portugal com plataformas de compras englobando, inclusive, o mercado distribuidor. A oportunidade está a um clique de distância. No entanto, é preciso redobrar a atenção para atender os clientes e aconselhar a melhor tecnologia com o objetivo de transformar as organizações com operações mais inteligentes e avançadas. “A logística de proximidade pode auxiliar- -nos a suprir aqueles desafios económicos e a gerar mais lucros para os nossos negócios. A pandemia não trouxe nada do que já não soubéssemos, é preciso acelerar os projetos em toda a cadeia de distribuição. Além de gerar confiança, temos a oportunidade de inovar e pensar num futuro que está muito próximo”, completa Aguincha. E os Parceiros têm um papel fundamental na disseminação dessa inovação. Seja ela online ou física, a relação entre fabricantes e Canal é, sobretudo, uma relação de confiança. “Não há Programas perfeitos, mas é a forma como vamos ao mercado, com fatores diferenciadores, confiança e eficiência. O nosso Programa é feito para se adaptar ao Parceiro, não ao contrário”, diz José Bandeirinha, Account Operations Manager da HP. Os fabricantes presentes na discussão concordam e destacam como estão a trabalhar a proximidade com o Canal, “com ações que auxiliam na identificação de oportunidades e acompanhamento do ciclo de vida da venda, para gerar benefícios, criar estratégias de marketing e estreitar relações”, acrescenta João Mendes, Head of Channel da Fujitsu. Na visão de Vitor Gago, Secure Power IT & ET Channel Sales Manager da APC, Programas de Canais são essencialmente instrumentos para melhorar a relação entre Parceiros e fabricantes, pois, no final do dia, um dos pontos mais importantes é a rentabilidade. “A maturidade do nosso Programa está em estágio avançado com o desenvolvimento constante de atualização e dinamismo de acordo com a procura de mercado”, conclui Vitor Gago. |