Jorge Bento em 2024-7-15
O Innovation Days e IT Partners Award da APC by Schneider Electric decorreu no dia 26 de junho no SUD, em Lisboa, sob o mote “Desbloqueio do Crescimento por meio de um ecossistema colaborativo”
Victor Gago, Diretor de Canal da divisão Secure Power para Portugal
Entre os principais temas da noite estiveram as tendências e desafios do mercado de IT e a evolução do Programa de Parceiros de IT. Para além do novo Programa de Parceiros Critical Infraestructure, a Schneider coloca as várias competências IT dentro do mais vasto universo do programa EcoXpert, reunindo assim todo o tipo de competências, visando um ambiente colaborativo entre Parceiros com especializações diversas para endereçar em conjunto todo o tipo de projetos chave na mão, em qualquer vertical. Victor Gago, Diretor de Canal da divisão Secure Power para Portugal, subiu a palco para apresentar os detalhes do Programa EcoXpert e as maiores tendências atuais que representam desafios, mas também oportunidades, onde a Inteligência Artificial tem especial relevo. Em conversa com o IT Channel, explicou a visão Schneider para o ecossistema de Parceiros. Como é que a Schneider Electric vê o atual mercado de IT? O mercado de IT em geral – em toda Europa – incluindo Portugal, não foi muito bom em termos de crescimento, sobretudo na parte de consumo, networking e PC, o que arrasta muita infraestrutura também da área que nós gerimos. O primeiro semestre também esteve nesta tendência, embora já estejamos a ver uma recuperação no run rate dos projetos médios e pequenos do dia-a-dia. Esperamos que a segunda parte do ano acabe com números positivos, tanto na Europa como em Portugal. Por outro lado, temos o investimento em data center e em grande infraestrutura, e aqui é onde vemos um grande entusiasmo. O data center representa quanto do negócio de IT da Schneider Electric? Atualmente, o data center representa mais de 50% do negócio da nossa divisão e é um negócio que está a crescer a um ritmo elevado ano após ano a dois dígitos. E o bom do data center é que em Portugal e em Espanha estamos num local magnífico para atrair investimentos porque estamos numa zona com uma boa conexão através de cabos submarinos que nos ligam à América, ao norte de África e também à Europa. Em segundo lugar a questão da energia. Estamos numa zona muito favorável para a criação de energia renovável e, portanto, isto é um aspeto chave para o data center, que procura ser infraestrutura sustentável e isso implica ter acesso a energia renovável. O terceiro é também a segurança jurídica. Porque apesar dos problemas políticos, estamos a falar de países como Portugal e Espanha, onde a segurança jurídica atrai muito capital estrangeiro. Portanto, os investimentos que estamos a ver em data center estão a converter a nossa geografia num hub que continua a atrair investimento. Anteriormente, esse investimento era muito focado em Madrid, que concentra 90% da potência instalada; agora estamos a ver como os investimentos estão a ir para outras geografias, como Lisboa, Sines e Barcelona. Quais são os desafios e oportunidades que têm para os Parceiros? No mundo do IT, e pensando na parte de data center, vejo dois desafios fundamentais para os Parceiros. Um deles está diretamente relacionado com o mundo puro de IT e, com isto, refiro-me às novas tendências que estão a chegar, que para muitos são novas, ou para muitos de nós são novas, como a inteligência artificial, que requer novas arquiteturas, novas competências, a incorporação de talento. O segundo é que nestas novas infraestruturas o que é crítico é a gestão da energia. Portanto, ampliar as competências básicas que os nossos Parceiros têm no mundo IT, com competências relacionadas com a gestão da energia, é crucial e um Parceiro pode não conseguir internamente. Um aspeto chave é integrar-se num bom ecossistema onde outros Parceiros possam colaborar. Além dos data centers, como é que vê o panorama? É visível uma recuperação de outras áreas IT? Ao nível do IT que não está dentro do data center temos visto nos últimos 12 meses uma recuperação no mercado e todos os estudos, inclusive a nossa previsão, apontam para uma recuperação na parte final do ano. Então, o desafio que temos como fabricante é acompanhar o nosso Parceiro e assegurar que mantemos um nível de qualidade alto no mercado porque um dos problemas que vemos é que muitas vezes se banalizam certos elementos da infraestrutura e são coisas que o utilizador final acaba por pagar caro. No mercado há um desafio em manter níveis de qualidade. É verdade que nem todos os projetos têm as mesmas exigências e é por isso que na APC estamos a desenvolver estratégias focadas em segmentos de mercado onde as exigências não são tão altas, oferecendo soluções que mantêm os padrões de qualidade sem requisitos técnicos tão exigentes, permitindo-nos competir em preços. A inteligência artificial é uma grande consumidora de recursos energéticos. Como é que é possível para a Schneider Electric, uma empresa cujo foco é a sustentabilidade, lidar com este aumento brutal no consumo de energia? O data center está a sofrer muita pressão em termos de opinião pública devido à questão energética. O consumo intensivo de energia não tem de ser incompatível com a sustentabilidade, porque sustentabilidade significa produzir energia de forma sustentável ao longo do tempo, ou seja, não esgotar recursos naturais e não emitir mais CO2. A sustentabilidade implica ter processos descarbonizados, e isto é onde a indústria de data center é a mais consciente no mundo. A eficiência energética dos data centers está acima de 80%, uma eficiência difícil de alcançar noutras indústrias. Além disso, é crucial gerar essa energia de forma sustentável, onde as energias renováveis desempenham um papel fundamental. Portanto, temos a eficiência, a energia renovável e a transformação digital da economia. O data center é a infraestrutura necessária para esta transformação. Como está a Schneider Electric a integrar tecnologias emergentes como IoT e edge computing nas suas soluções de IT? Como é que está a evoluir este mercado? Há uns anos, quando começaram a chegar os hyperscalers, pensávamos que o negócio dos Parceiros iria desaparecer, mas não foi o caso. Há muita cloud pública, mas também há muita cloud privada e edge. Com a chegada da inteligência artificial, que requer baixa latência e proximidade dos dados, vemos um crescimento real de edge. Quais são as novidades dos Programas de Canal da Schneider Electric? O Programa de Canal que começamos a evoluir em 2022 – do programa tradicional com uma única vertical – cobre diferentes perfis de Parceiros, IT Solution Provider, e-commerce e Critical Infrastructure, todos debaixo do EcoXpert. Este Programa oferece competências profundas aos Parceiros em infraestruturas críticas, incluindo gestão de energia, UPS, cooling de precisão e white rooms. O EcoXpert é um Programa da Schneider Electric que desenvolve competências em gestão de energia e controlo de edifícios e indústria. Incluímos a certificação de Critical infrastructure para que os parceiros possam ampliar os seus conhecimentos ou colaborar com outros EcoXperts. APC Schneider Eletric Awards 2023A APC by Schneider Electric voltou a galardoar os seus melhores Parceiros em quatro categorias, num total de 12 Parceiros nomeados. Os premiados foram: Logicalis nas categorias de Best Elite Partner e de Best Services Partner; CONNECTing na categoria de Best Premier Partner e, por último, a TD Synnex como Best Distributor. Ainda foram atribuídos dois reconhecimentos aos Best Ambassador: Jonas Carneiro da Dell e Jonas Pereira da Also. |