2016-10-27
Apple atingiu o teto, mas não se agarrou a ele... Os resultados do quarto trimestre confirmaram a já antecipada descida de receitas e lucros. Há 15 anos que tal não acontecia ao gigante de Cupertino
Há 15 anos que a Apple não tinha a difícil tarefa de transmitir aos seus investidores que as vendas anuais estão em queda. A empresa de Cupertino foi mesmo a única grande tecnológica que passou pela crise financeira sem sofrer os seus efeitos, porque a crise manifestou-se quando a Apple estava a lançar os seus primeiros e inovadores iPhones.
Comparando os fechos dos anos fiscais de 2015 e 2016, as receitas tombaram 8%, dos 234 mil milhões de dolares para os 216 mil milhões. Mas se comparamos o Q4, o tombo é maior , de 56 mil milhões para 47 milhões, ou 16%. No lucro antes de impostos (R.A.I.) a queda dos resultados ainda é mais expressiva: menos 15% no ano e menos 19% no Q4, com um resultado de 12 mil milhões.
Mas tudo é relativo, incluindo as más noticias: a margem de lucro da Apple continua a ser a maior de toda a indústria de hardware de IT, com uns confortáveis 26%, assim como uma reserva financeira de 150 mil milhões de dólares.
Independentemente do forcast a curso prazo, que também não é muito sorridente, o que todos perguntam é onde está o próximo “killer product”. Do iPhone não se espera muito mais e o Macs ficaram definitivamente para o seu público tradicional.
A curiosidade é ainda maior se olharmos para os números do investimento em Research & Development dos últimos dois anos: 8 e 10 mil milhões, respetivamente.
A pergunta óbvia, porque nunca na história da Apple se investiu tanto: o que se está a passar ao nível do desenvolvimento de produtos que venham a ser disruptivos e que voltem a colocar a Apple na senda do crescimento?
Especulações mais ou menos fundamentadas não faltam, e já demos conta aqui de várias, dos automóveis elétricos a novas plataformas de serviços.
Respostas concretas? Ainda um mistério!