2016-3-14

BIZ

Realidade Virtual – novo fôlego para o mercado dos PCs?

Utilizadores, domésticos e empresariais, vão ter de investir em computadores que lhes permitam desfrutar em pleno das experiências proporcionadas pela realidade virtual (RV). Uma oportunidade em ascensão para o mercado dos PCs.

Realidade Virtual – novo fôlego para o mercado dos PCs?

Há quem diga que foi a maior protagonista do CES este ano, tal foi número de wearables de realidade virtual (RV) que povoaram o certame, da Oculus à Sony, passando pela HTC. A Oculus, empresa que Mark Zuckerberg adquiriu em 2014, revelou no CES que os óculos de realidade virtual Rift, que estarão à venda esta primavera no mercado doméstico norte-americano, custarão 600 dólares, o que causou espanto e alguma indignação, levando a que muitos se interrogassem se estaríamos perante uma tecnologia que é só para alguns. Isto porque a experiência não fica completa sem um computador com gráficos preparados para a RV. No entanto, esta é uma excelente notícia para todos os envolvidos no mercado dos PCs, que pode ter na realidade virtual um novíssimo fôlego, já que esta tecnologia deverá impulsionar as vendas de computadores de gama elevada. É certo que, em 2016, a realidade virtual deverá ficar-se por um nicho do segmento de gaming – é o primeiro ano em que é possível adquirir um dispositivo de RV finalizado, sem a indicação “developer’s kit” – , mas já em 2017 deverão surgir oportunidades de negócio concretas, também da parte do mercado empresarial, onde as aplicações para a realidade virtual são tremendas.

PCs atuais não cumprem as exigências

Segundo dados da Nvidia, relativos a 2016, só 13 milhões de PCs em todo o mundo são poderosos o suficiente para suportar software de realidade virtual, o que equivale a menos de um por cento de todos os PCs. O fabricante de processadores prevê, ainda, que em 2020 existam mais de 100 milhões de dispositivos de realidade virtual. Isto significa que quem pretender usufruir dos cenários imersivos tridimensionais da realidade virtual terá de realizar um upgrade aos PCs que tenham mais de quatro anos. Isto porque a realidade virtual exige sete vezes mais capacidade de processamento gráfico do que as tradicionais aplicações 3D e de jogos, segundo indicou à Bloomberg Jason Paul, general manager da unidade de RV da Nvidia. Ou seja, os dispositivos de realidade virtual vão, pelo menos, duplicar as exigências sobre os processadores gráficos de um PC. E a aposta do fabricante nesta área parce estar a dar os seus frutos. Apesar do mercado dos PCs, mundialmente, estar a registar quedas consecutivas nas vendas, a unidade de gráficos de processamento da Nvidia registou receitas superior a mil milhões de dólares em 2015, mais dez por cento face a 2014, fortemente impulsionado por quatro áreas de negócio: gaming, realidade virtual, inteligência artificial e carros autoguiados.

A esperança para os PCs não advém, no entanto, somente da necessidade de ter um computador mais rápido e do consequente upgrade. Os dispositivos de realidade virtual que estarão à venda este ano, como o Rift, Vive (da HTC) e o OSVR (da Razer), foram construídos a pensar na arquitetura aberta do PC, o que significa que esta é a plataforma por excelência para que qualquer developer possa criar uma experiência de realidade virtual que funcione em qualquer um destes wearables.  

Múltiplos benefícios para as empresas

São várias as aplicações empresariais da realidade virtual, que abrangem desde a melhoria da produtividade à própria formação. A RV permite, por exemplo, realizar reuniões de videoconferência onde cada pessoa poderá interagir de um modo totalmente diferente, explorando um novo protótipo ou modelo no qual a empresa está a trabalhar mas que ainda não existe fisicamente.

Quando se desenvolve um novo produto, sobretudo de hardware, visualizar o resultado final é um desafio. O ambiente virtual pode ser o espaço ideal para testar novos designs de um produto antes de avançar para a produção. Um dos benefícios mais imediatos diz respeito à formação, ao permitir colocar os colaboradores em cenários que recriam uma situação real mas que são cem por cento seguros e isentos de riscos. É o caso dos trabalhadores de linhas de montagem, por exemplo. Em ações de marketing, a realidade virtual permite criar ações de engagement totalmente inovadoras e transportar o cliente para uma recriação virtual de um cenário real, por exemplo, que pode até ser o fundo do mar...

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