2016-10-25
Um estudo realizado pela consultora Ipsos Mori, para a Microsoft, mostra que as PME nacionais apostaram fortemente na tecnologia para garantirem condições de trabalho mais flexíveis aos seus colaboradores
O estudo analisou a realidade de 20 países, onde se incluiu Portugal, e verificou que mais de metade dos colaboradores de PME portuguesas (52%) defendem que a tecnologia permite maior flexibilidade, enquanto mais de um terço afirmam mesmo que não é necessário estar no escritório para realizarem (bem) as suas tarefas. Este cenário faz-se sentir em particular nas empresas mais pequenas (em 61% das empresas com 10 a 49 colaboradores) e no setor dos serviços (64%). O trabalho remoto é realizado, em geral, a partir de casa através de um computador com uma conexão sem fios a um desktop, através da transferência de ficheiros por e-mail ou então de serviços baseados na Ccloud (52%), a solução preferida dos mais jovens (63% com idade entre os 18-34) e sobretudo dos homens (59%). Nas microempresas, o problema da distância resolve-se com o envio de ficheiros por e-mail (67%). Para quem trabalha nas PME portuguesas, a segurança e a acessibilidade da informação são as principais preocupações, indica o estudo. Cerca de 88% dos auscultados referem que a informação deve estar protegida, seja qual for a forma de acesso, e 85% afirmam que deve estar sempre acessível (em especial os profissionais mais experientes, entre os 35 e os 44 anos). Apesar da segurança ser uma preocupação, 73% indicam que esse requisito está cumprido, independentemente do local e do modo como é acedida. Metade dos inquiridos afirmam que acedem a ficheiros de trabalho através do smartphone, tablet ou computador, conetado a um serviço cloud. A maioria das empresas já adotou também a política BYOD, segundo referem 67% dos entrevistados, em especial as empresas de serviços, e na área da banca e dos seguros (59%), sendo os PCs e os laptops os dispositivos mais utilizados. Ainda assim, muitos colaboradores utilizam o smartphone e/ou o PC pessoal para fins profissionais. De acordo com este estudo, os profissionais das pequenas e médias empresas estão satisfeitos com a forma como a tecnologia mudou o seu modo de trabalhar e muitos consideram que a tecnologia também os fez evoluir enquanto profissionais. Para 78% dos inquiridos, a tecnologia contribui para o desenvolvimento das suas competências, capacidade de inovação (76%), motivação no trabalho (73%) e a cooperação entre equipas (72%). Contudo, grande parte dos colaboradores reconhece a importância da formação facultada pelas empresas (44% têm formação em novas tecnologias no local de trabalho e 30% admitem trabalhar com novas tecnologias sem qualquer formação). Além de um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, a tecnologia também ajuda na relação com os clientes, revelam os inquiridos neste estudo. A maioria acredita que a tecnologia ajuda a construir relações mais fortes com os clientes (71%), a conhecer e a ir ao encontro das suas necessidades (81%) e até a identificar e explorar novas oportunidades de negócio (76%). Mas a tecnologia também é fundamental para melhorar a comunicação com os clientes (defendem 63%) e também no contacto com parceiros internacionais (53%). Os colaboradores das PME estão otimistas em relação ao futuro: mais de 40% acreditam que a sua empresa irá procurar oportunidades além-fronteiras, com a finalidade de encontrar novos clientes. Porém, este é o principal desafio externo que estas empresas enfrentam, em especial as microempresas (63%), comparativamente às empresas de média dimensão (52%). Para 57% dos colaboradores a inovação é a capacidade de “melhorar eficiências de negócio para reduzir custos e aumentar o lucro”, “alterar processos internos para aumentar a eficiência operacional” (55%), e “melhorar a forma de contactar e interagir com os clientes” (51%). |